FERRARI: Michael Mann desvenda as imperfeições de Enzo Ferrari

Ferrari seria um gênio implacável?

Há anos, o cineasta Michael Mann explora as personalidades imperfeitas de homens desafiadores em suas produções. Em FERRARI, Mann desvenda as imperfeições de Enzo Ferrari, um homem que tinha como seu maior desafio (e sonho) seu legado automobilístico. Aliás, o protagonista de Mann é um ser humano que nunca está satisfeito e profundamente consciente de que está a uma fração de segundo do desastre.

Com roteiro de Troy Kennedy Martin, baseado no livro “Ferrari: O homem por trás das máquinas”, Mann apresenta um drama sobre um homem que mal consegue seguir o rumo da vida, conciliando suas questões pessoais e profissionais. Nesse drama ele retrata um herói para seu povo. Porém, o filme parece ter sido subestimado na lotada temporada de final de ano.

Adam Driver está fantástico em cena como Ferrari. Sua atuação mostra, cada vez mais, o tamanho de seu talento. O ator retrata Ferrari como um gênio implacável, ao mesmo tempo que é um homem cheio de dramas familiares, com as duas mulheres de sua vida: sua esposa Laura e sua amante Lina, com quem tem um filho.

Enquanto Driver personifica o homem de gelo, que Ferrari foi, Penélope Cruz é o fogo, retratando as nuances de seu relacionamento, cabe a ela as grandes cenas carregadas de emoção, da mulher amargurada pela perda do filho a descoberta de uma amante. Certamente, em uma das melhores atuações de sua carreira.

Como um bom filme de Michael Mann, as cenas de corrida são incríveis, trazendo inclusive, a competente estreia do ator brasileiro Gabriel Leone, como um piloto argentino da Ferrari.

FERRARI é ambientado em 1957, em Modena, na Itália, a trama se passa num período chave da vida do antigo piloto de corridas, à medida que ele tenta superar a morte de seu filho, ele luta para manter sua empresa e procura dominar as pistas. Para tentar salvar seu negócio, ele decide participar da Mille Miglia, na Itália, enquanto tem que lidar com um casamento em crise.