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Slash esbanja técnica em show de Hard Rock impecável, em noite única

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Se não fosse pela volta ao Guns N’ Roses, em 2016, (que parecia, a princípio, uma reunião apenas para comemorar os 30 anos da banda e o projeto segue firme e forte), poderíamos acreditar que Slash se aposentaria tocando guitarra junto com o vocalista Myles Kennedy e a banda The Conspirators. A parceria surgiu em 2012, com o fim do Velvet Revolver, gerando o álbum “Apocalyptic Love”. Kennedy já havia participado do disco solo do guitarrista do GNR de 2010, que levava apenas o nome do músico, e era recheado de convidados especiais.

Slash
Foto: Dantas Jr.

Assistindo ao show de Slash liderando os Conspirators, a sensação que fica é que é ali que o guitarrista icônico se sente em casa. Sem telões exibindo grafismos, sem pirotecnia, trocando estádios por palcos de casas de shows como o Qualistage, onde a banda se apresentou no Rio de Janeiro. Que por sinal, foi onde Saul Hudson (nome civil do homem da cartola) fez sua estreia solo por aqui. A diferença é que na noite de ontem (dia 1º de fevereiro) havia bem mais do que os míseros 500 pagantes de 1995, quando Slash, às vésperas de sair do Guns, embora na prática já estivesse fora, divulgava o álbum “It’s Five O’Clock Somewhere”, com a Snakepit.

Se Axl Rose tem sérios problemas em entrar no estúdio – ou sair dele, a julgar pelo tempo que levou a conclusão do famigerado “Chinese Democracy” , Slash já produziu dois álbuns com Kennedy desde seu retorno ao convívio com os antigos companheiros: “Living the Dream”, de 2018, e “4”, de 2022, objeto da atual turnê. E foi com uma música desse trabalho que a noite começou, pontualmente às 21 horas marcadas para o início, para desespero dos “atrasildos” que contavam com uns quinze minutos de tolerância.

Nascido na Inglaterra, fez jus à pontualidade característica de seu país de origem. ‘The River is Rising’ provocou muito mais euforia pela chegada dos músicos do que pela música em si, seguida de ‘Driving Rain’, do trabalho de 2018. Como em um passeio pela discografia, a terceira faixa, ‘Halo’, foi retirada de “Apocalyptic”, ‘Too Far Gone’, de “The World on Fire” e a quinta, ‘Back From Cali’, do disco de 2010. As faixas iam se sucedendo quase que como um medley, sem interrupções. Apenas após a sexta, ‘Whatever Gets You By’, que Kennedy se dirigiu à plateia, com o protocolar “que bom estar aqui”. Mas com bastante simpatia.

Os fãs de primeira hora já estavam cientes de que o show se concentraria na parceria do guitarrista e do líder do Alter Bridge. No gargarejo os fãs do projeto eram maioria, vibrando e cantando todas as músicas. No restante da pista via-se celulares registrando cada nota tirada da emblemática Gibson Les Paul, olhos arregalados a cada solo, mas esperançosos de ouvir pelo menos um clássico da banda de Hard Rock mais famosa do mundo. Certamente teriam que esperar!

Teriam um longo caminho pela frente, aberto com mais duas tiradas do mais recente lançamento, as faixas, ‘C’est La Vie’ (que conta com Slash fazendo talk box, como em ‘Rocket Queen’), ‘Actions Speak Louder Than Words’. Mas dali viria a clássica ‘Always on the Run’, composta por Slash para o Guns, mas por dificuldades do então baterista Steven Adler, acabou virando uma parceria com Lenny Kravitz. Inclusive essa música foi tocada no show que é um dos mais queridos dos fãs, ao vivo no hipódromo de Vincennes, em Paris, na turnê Use Your Illusion, com a participação de Kravitz. Com os Conspirators os vocais ficaram por conta do baixista Todd Kerns, que cumpriu a tarefa competentemente.

‘Bent to Fly’ teve recepção empolgada dos fãs, assim como ‘Spirit Love’. ‘Speed Parade’ representou a Snakepit no repertório, tirada do álbum da banda lançado em 2000, “Ain’t Life Grand”. Mas a cereja do bolo, por assim dizer, estava na única composição de Slash em parceria com Axl Rose que apareceu no setlist, ‘Don’t Damn Me’, do álbum “Use Your Illusion I”. Por ser conhecida apenas pelos fãs mais especializados, provocou catarse mesmo no gargarejo. Destaque para os vocais de Kerns, que mais uma vez tomou a tarefa de vocalista e conseguiu algo bastante próximo de Axl no auge. Saciada a demanda por música da banda que fez o guitarrista famoso, o baile seguiu com a balada de forte acento bad companyano ‘Starlight’, ‘Wicked Stone’, com um solo arrasador e uma terceira guitarra, tocada por Kennedy, ‘April Fool’, ‘Fill My World’, com uma condução da guitarra rítmica que lembra bastante ‘Sweet Child O’ Mine’, ‘Doctor Alibi’, em que Kerns assume os vocais que originalmente eram de Lemmy do Motorhead, ‘You’re a Lie’ e ‘The World Is On Fire’, que encerrou o tempo regulamentar com a introdução da banda.

O bis trouxe um belo cover de ‘Rocket Man’, de Elton John, com Slash operando um slide guitar e o baterista Brent Fitz no teclado (prontamente substituído na função original por um membro da equipe). A já clássica ‘Anastasia’ fechou a festa. Slash tem fama de ser um sujeito caladão, mas como era o dono da festa, precisou se dirigir ao público pelo menos no final, apresentando o vocalista Myles Kennedy. Também distribuiu inúmeras palhetas para os fãs, e chegou a fazer um quase corpo-a-corpo com o gargarejo logo após a apresentação.

Não resta dúvidas que Slash é um dos maiores guitarristas em atividade, e isso foi comprovado com a forma magnética com que cativou até mesmo o público que pouco conhece seu trabalho solo. Tecnicamente impecável, embora haja quem critique seu estilo por abusar da escala pentatônica, proporcionou um show de hard rock impecável e vigoroso, em parceria com uma banda de talento inquestionáve,l que conta com um vocalista de técnica também irrepreensível. Que o Brasil ama o Guns N’ Roses não é novidade, mas se Slash quiser voltar mais vezes com seu projeto solo, também contará com um público cativo.

Confira fotos:

Setlist:

  1. The River Is Rising
  2. Driving Rain
  3. Halo
  4. Too Far Gone
  5. Back From Cali
  6. Whatever Gets You By
  7. C’est la vie
  8. Actions Speak Louder Than Words
  9. Always on the Run (Todd Kerns nos vocais)
  10. Bent to Fly
  11. Sugar Cane
  12. Spirit Love
  13. Speed Parade (Slash’s Snakepit)
  14. We Will Roam
  15. Don’t Damn Me (cover de Guns N’ Roses – Todd Kerns nos vocais)
  16. Starlight
  17. Wicked Stone
  18. April Fool
  19. Fill My World
  20. Doctor Alibi (Todd Kerns nos vocais)
  21. You’re a Lie
  22. World on Fire
    Encore:
  23. Rocket Man (I Think It’s Going to Be a Long, Long Time)
    (cover de Elton John)
  24. Anastasia

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