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“Encontro de escritores e artistas indígenas” no MAR e na Fundação Casa de Rui Barbosa

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Completando 20 anos, o “Encontro de escritores e artistas indígenas” será realizado no Museu de Arte do Rio (MAR) e na Fundação Casa de Rui Barbosa. Idealizado pelo escritor e educador Daniel Munduruku, com a coordenação da professora de literatura da Universidade Federal Fluminense (UFF), Claudete Daflon, em parceria com a Coordenação de Pesquisa e Políticas Culturais do Museu Nacional dos Povos Indígenas (MNPI), o evento conta com a realização do Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria de Formação Artística e Cultural, Livro e Leitura (Sefli) e apoio da Fundação Casa de Rui Barbosa, com o apoio do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), por meio do Museu Nacional dos Povos Indígenas, órgão científico-cultural da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). A ação tem como ponto de partida o protagonismo indígena na área cultural. A programação inclui mesas de conversas, lançamentos de livros, roda de poesia, apresentações musicais, oficinas de ilustração e atividades para crianças, tudo de graça e aberto ao público. 

“Ao completar seu 20º Encontro, queremos celebrar os muitos avanços que foram acontecendo na sociedade brasileira, o aumento numérico de escritores e artistas indígenas, a abertura do mercado editorial e livreiro, as políticas públicas que se desenvolveram a partir desse feito, os prêmios e reconhecimentos recebidos pelos autores e autoras, o virtuoso aumento de publicações universitárias trazendo a literatura como objeto de pesquisa, o ingresso do primeiro escritor indígena na academia brasileira de letras, entre outras tantas conquistas”, afirma Daniel Munduruku. 

“O Encontro de Escritores e Artistas Indígenas é um território sagrado da literatura indígena no Brasil. Desde sua primeira edição em 2004, sob a liderança e “curandoria” do escritor Daniel Munduruku, o Encontro tem sido um ambiente não apenas de difusão e de celebração da literatura indígena. Ele é também um espaço político que reúne escritores e ilustradores, confluindo arte e literatura, criação e difusão das cosmovisões, narrativas, histórias, memórias, expressões, manifestações, artes, ofícios, saberes e fazeres dos povos indígenas do Brasil. Nestes termos, o Encontro tem sido um ambiente para o aprimoramento das políticas públicas de fomento ao livro, à leitura e à literatura, mas também para o próprio mercado editorial brasileiro. Numa leitura breve, podemos afirmar que o cenário e a produção da literatura indígena no Brasil é outro, com um número cada vez mais crescente de escritores e escritoras com títulos publicados e compondo políticas como as do PNLD Literário e PNLD Equidade do Ministério da Educação e da  Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB) do Ministério da Cultura. Ou seja, o papel político e social do Encontro de Escritores e Artistas Indígenas tem sido fundamental para a promoção da bibliodiversidade, no sentido das múltiplas vozes e territórios, compreendendo a literatura como tradução da diversidade. Não há literatura brasileira sem a literatura indígena, porque, ela própria, é a expressão mais originária e ancestral de nossa formação histórica e cultural. Portanto, compreendemos este Encontro como um projeto de políticas públicas como parte do Plano Nacional de Livro e Leitura (PNLL) e nesta percepção que o MinC se insere, por meio da Secretaria de Formação Artística e Cultural, Livro e Leitura, envolvendo a Fundação Casa de Rui Barbosa e a Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural”, enfatiza o secretário Fabiano Piúba da SEFLI/MinC.  

A edição deste ano acontece ampliada, com mais participantes, e inclui atividades educativas voltadas para a formação de professores. Nos dias 15, 16 e 17, o Museu de Arte do Rio receberá mais de 30 escritores e artistas indígenas de diferentes povos e biomas do Brasil. Essa grande aldeia cultural contará com personalidades indígenas de destaque, como Gustavo Caboco, artista plástico e criador do Selo Editorial Picada; Fernanda Kaingang, advogada, escritora, arte educadora e doutora pela Universidade de Leiden-Holanda; Ademário Payayá, dramaturgo e escritor; Jaime Diakara, professor, escritor e ilustrador; Eva Potiguara, escritora; Moara Tupinambá, poeta e artista plástica; Uziel Guayné, artista plástico e escritor do Povo Maraguá/AM, as lideranças indígenas Marcos Terena, Catarina Tupi Guarani e Darlene Taukane, entre muitos outros. Na abertura oficial do evento, haverá a conferência “Vozes Ancestrais: O tênue fio entre literatura e oralidade”, com Daniel Munduruku, curador do evento, escritor, educador e fundador do Selo Uka Editoria. 

No dia 18 de outubro, último dia do encontro, acontecerá a etapa cultural na Fundação Casa de Rui Barbosa, com apresentações musicais, oficinas de ilustração, atividades para crianças, contação de histórias, roda de poesia e feira de artesanato e de livros indígenas. Será um dia cultural para toda a família. 

“O encontro é um espaço de protagonismo indígena, em especial no que diz respeito à literatura e às artes. Em sua longa jornada, o encontro desembarca dessa vez em palcos importantes da cultura na cidade do Rio de Janeiro como é o caso do MAR.  Como parte da programação do Rio Capital Mundial do Livro, o Encontro de Escritores e Artistas Indígenas é um sopro de vitalidade e renovação na cena literária e artística de nosso país. Oportunidade de rever determinados processos históricos e entender que existem outras formas de conhecimento, outras línguas, outros exercícios de cultura que formam a diversidade de um país como o Brasil”, ressalta a professora Claudete Daflon, coordenadora do evento. 

Segundo a diretora do Museu Nacional dos Povos Indígenas, Juliana Tupinambá, “a escrita indígena é uma flecha lançada da memória e do território. Por meio dela, nossos saberes e modos de ver o mundo ganham voz e caminho, atravessando o papel para reafirmar que seguimos vivos, criando e narrando. Escrever é também um ato de resistência contra a tentativa de nos reduzir a estereótipos ou a imagens fixadas no passado. Cada palavra escrita por mãos indígenas ajuda a desconstruir a fenotipização e a invisibilidade impostas a nossos povos. A literatura indígena é caminho para um país que reconhece sua verdadeira diversidade, livre de preconceitos e do racismo que ainda insiste em silenciar nossas histórias”.

Serviço: De 15 a 18 de outubro de 2025 

Museu de Arte do Rio 

Dia 15 de outubro de 2025, das 10h às 18h 

Dia 16 de outubro de 2025, das 9h às 18h 

Dia 17 de outubro de 2025, das 9h30 às 18h 

Endereço: Praça Mauá, Centro, Rio de Janeiro-RJ 

No 5º andar do MAR – Ingressos podem ser adquiridos gratuitamente pelo site do Sympla

Fundação Casa de Rui Barbosa 

Dia 18 de outubro de 2025, das 10h às 16h 

Rua São Clemente, 134 – Botafogo

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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