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“Músicas que fiz em seu nome”, com Laila Garin, no Teatro Adolpho Bloch

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Podemos apagar o passado? Remover nossas cicatrizes, nossos defeitos? É possível excluir apenas as memórias ruins para recomeçar uma vida livre de sofrimento e alcançar a utópica perfeição? Leide Milene, interpretada por Laila Garin na comédia ‘Músicas que fiz em seu nome’, acredita que sim. Prestes a casar, a personagem decide se submeter ao Miracle Former, um procedimento revolucionário que promete apagar lembranças dolorosas antes de seu casamento. Ela acredita que se tornaria uma nova mulher, livre das angústias pregressas. Reescrever a história não seria transformá-la em uma farsa? Até que ponto nossas experiências e cicatrizes nos definem? Será possível recomeçar sem carregar o que nos moldou? Essas questões são tratadas com muito bom humor no musical que estreia  no Teatro Adolpho Bloch.

‘Músicas que fiz em seu nome’ foi criado a partir de uma fala de Viviane Mosé, “Na tentativa de não sofrer, terminamos optando por não sentir. Plastificamos nossa pele. Embalsamamos nossos afetos. (…) Sentir muito e cada vez mais, aprender a lidar com os excessos, os desequilíbrios e as contradições é a condição para um ser mais amplo e para uma vida mais ética e sustentável”. 

Tendo esse ponto de partida, os autores construíram uma comédia despudorada, brincando com todos esses anseios e dúvidas do ser humano. A peça combina uma narrativa envolvente com músicas já conhecidas pelo público, conduzindo os espectadores por um intenso turbilhão de emoções. O espetáculo convida o público a uma imersão profunda nas memórias, na identidade e nos desafios impostos pelas expectativas sociais.

“Nossas lembranças formam a base da nossa personalidade, influenciam nossas escolhas e determinam como nos relacionamos com o mundo. A memória nos conecta ao passado, permitindo que aprendamos com os erros, celebremos conquistas e criemos narrativas sobre nossa própria história”, afirma Barchilon. Laila acrescenta: “Somos nossas memórias, para o bem e para o mal. Acho que nossa identidade está diretamente ligada a elas. Digo para o bem e para o mal porque lutamos para estarmos no presente e não termos reações automáticas, frutos de hábitos e aprendizados da primeira infância. Ao mesmo tempo, como diz Sotigui – griot que trabalhava com Peter Brook-, “para saber para onde ir a gente deve olhar para de onde viemos””. 

Mais do que um espetáculo, ‘Músicas que fiz em seu nome’ é um convite à reflexão sobre os limites entre o bem e o mal, a dor e a alegria, a liberdade e o controle social. Em uma sociedade que busca anestesiar o sofrimento, acabamos também por silenciar nossas emoções mais genuínas. Na tentativa de não sentir a dor, nos tornamos cada vez mais distantes de nós mesmos – plásticos, embalados, autômatos. 

Serviço 17 de outubro a 09 de novembro / De quinta a sábado, às 20h / Domingos, às 17h / Endereço R. do Russel, 804 – Glória / Ingressos:  https://www.ingresso.com/espetaculos/musicas-que-fiz-em-seu-nome 

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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