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Marcus Preto fala das parcerias e gêneros musicais visitados no projeto sobre Alaíde Costa

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Produtor musical fala sobre a importância de revisitar Alaíde Costa em tempos de pandemia.

Divulgação Sony Music

Apaixonados pela voz de Alaíde Costa, o rapper Emicida e o produtor musical Marcus Preto juntaram forças para criar o novo trabalho da cantora carioca, que completa 85 anos em dezembro. O repertório vai ser essencialmente de canções inéditas! 

O intuito do projeto é que Emicida escreva a maior parte das letras. Pra isso, Marcus Preto foi atrás de compositores da pesada para promover as novas parcerias. Assim, já chegaram, certamente, melodias de Joyce, Ivan Lins, Guinga, Francis Hime e Marcos Valle. Além disso, a própria Alaíde Costa vai compor junto com Emicida. Nando Reis também está escrevendo uma canção com ela.

 Como foi o processo de escolha dos compositores para as parcerias?
Marcus Preto – Como começamos há menos de um mês, o processo de escolha de compositores ainda está em andamento. Mas, depois que Emicida me disse que queria escrever o maior número de letras possível pra o disco, fui atrás, certamente, de melodistas.

Eu acho muito importante a gente manter o universo de Alaíde intacto. Então, pedi, principalmente, melodias pra compositores que ela já gravou e para outros da mesma escola estética. Logo, tive resposta de nomes fundamentais da segunda fase da Bossa Nova, como Marcos Valle e Francis Hime por exemplo. Ivan Lins enviou uma balada inacreditável. Emicida vai ter muito trabalho, um delicioso trabalho. Ah, a parceria dele com Joyce já está pronta. Ficou lindona!

Alaíde fez parte de vários gêneros musicais, como a Bossa Nova, MPB e Samba, quais serão os gêneros musicais visitados?
Marcus Preto – Todos eles e outros mais, com certeza! O importante, penso eu, é que todas as Alaídes estejam presentes no álbum. Inclusive algumas que ela nunca mostrou.

Podemos dizer que o projeto é uma homenagem à Alaíde Costa?
Marcus Preto – Não é uma homenagem a Alaíde, mas, sim, um álbum novo de uma das maiores cantoras brasileiras. Alaíde ainda merece homenagens, claro – e eu acho que o Brasil precisa fazer muitas. É impressionante a alegria de cada compositor quando eu cheguei pra pedir música pra ela. A classe artística reverencia Alaíde. Sinto que a possibilidade de escrever uma canção pra ela é algo de fato emocionante pra um compositor. É como se eles estivessem se deparando com a Arte em estado puro.

 Aliás, o projeto já tem título?
Marcus Preto – Ainda não, mas Emicida é genial pra batizar álbuns! Em dois discos anteriores que fiz, “A Gente Mora no Agora”, do Paulo Miklos, e “Tribunal do Feicebuqui”, do Tom Zé, os títulos surgiram de versos dele.

5. Aos 84 anos, Alaíde Costa estreou nas Lives, em agosto, direto do Museu Afro Brasil, inteiramente dedicada ao repertório de cancioneiro Johnny Alf, que só foi reconhecido como um dos criadores da Bossa Nova, postumamente. O projeto pretende conectar a obra de Alaíde, com músicos de relevância cultural como ele?
Marcus Preto – A relação de Alaíde com Johnny é algo tão forte que impressiona! Foram amigos desde os primeiros tempos de profissão, ela gravou tantas músicas dele. É uma pena que Johnny tenha ido sem o devido reconhecimento, a que, aliás, ainda estamos longe de chegar.

Creio que esse projeto reúne Alaíde com um dos maiores letristas desta geração, e que está escrevendo versos a partir das conversas que está tendo com ela. Inegavelmente, Emicida é muito bom nessas “traduções”, sabe contar as histórias das pessoas. E, com um time de melodistas como esse que nos está enviando melodias, acho que Alaíde vai ter um belo material pra colocar sua linda voz.

Alaíde Costa
Foto: Pedro Henrique Ferreira

Alaíde Costa foi diva da Bossa Nova, qual é a importância de revisitar a sua voz marcante, em tempos de pandemia?
Marcus Preto – É curioso como, durante a pandemia, sobretudo, na primeira fase, o consumo de músicas chamadas “de catálogo” aumentou. Creio que as pessoas querem se apegar ao tempo em que estavam seguras, antes da pandemia, antes das loucuras todas que estão acontecendo no Brasil. Então, ouvir uma voz ou um álbum que já conhecem é algo que traz uma sensação de acolhimento. A voz de Alaíde tem muito disso, é uma voz ancestral, uma voz que já está na nossa alma de brasileiro desde muito antes de a gente nascer, ou que nos acompanhou pela vida. Ouvi-la nos conforta!

Alaíde fará 85 anos, em 8 de dezembro de 2020, podemos esperar que esse novo projeto seja lançado nesse período?
Marcus Preto – Seria um sonho, mas, devido à pandemia, talvez o projeto só ganhe a rua no ano que vem. É preciso tomar todos os cuidados neste momento, ficar em casa o máximo possível e seguir ao máximo os protocolos da OMS. Queremos todo mundo saudável em 2021.

Para encerrar, qual é a importância de Alaíde Costa na sua vida?
Marcus Preto – Eu me lembro do impacto do primeiro show de Alaíde que vi, bem no começo dos anos 1990 (não lembro o ano), na Biblioteca Mário de Andrade. Ela dividia o palco com outra cantora muito importante Claudette Soares. Cantavam juntas e separadas. No final, Alaíde sumiu do palco. Achei estranho, será que tá tudo bem? Surpreendentemente, ela vem do fundo da plateia cantando, a capella, uma canção de Villa-Lobos. Foi uma choradeira geral na plateia. Saí de lá e comprei todos os discos da Alaíde que vi pela frente. Amo incondicionalmente desde então!

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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