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“Eco-Lógicas Latinas” faz intercâmbio entre arte, ecologia e ciência

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"Eco-Lógicas Latinas" faz intercâmbio entre arte, ecologia e ciência Com organização de Fernando Ticoulat e João Paulo Siqueira Lopes, diretores da Act. Editora, e patrocínio do BTG Pactual, o livro “Eco-Lógicas Latinas” apresenta uma cartografia de artistas e projetos culturais latino-americanos que articulam o conceito de ecologia por diferentes perspectivas. A publicação trilíngue (português, inglês e espanhol) amplia esse conceito ao apresentar distintas maneiras em que a arte se compromete com as múltiplas lógicas ecológicas da atualidade, considerando o equilíbrio e a relação entre os seres vivos – animais, vegetais, artificiais –, e seus ambientes diretos e indiretos, incluindo o digital.

Além disso, o livro promove ainda uma análise crítica sobre a contemporaneidade, na qual a imaginação artística e os conhecimentos tradicionais agem como importantes ferramentas para ampliar discussões capazes de inspirar um futuro possível, face ao iminente colapso ambiental provocado pelo progresso e pela ação humana.

“Na atual circunstância, a dicotomia entre cultura e natureza é insuficiente para pensarmos as urgências do contemporâneo e, muito menos, alternativas para um futuro que não seja o esgotamento dos recursos da Terra e o fim da vida como a conhecemos. Diante das distopias do porvir, a ação mais urgente é a imaginação, e, por isso, a importância de colocarmos em discussão as práticas artísticas que possam fabular e inspirar caminhos possíveis”, escreve o curador Fernando Ticoulat no prefácio.

A publicação reúne perfis de doze artistas e iniciativas culturais que, através de obras e projetos, refletem sobre o intercâmbio entre arte, ecologia e ciência, e as ressonâncias que a relação humanidade-natureza tem na prática artística contemporânea. Os perfis incluem textos biográficos, comentários sobre obras específicas e um rico conjunto imagético.

A publicação apresenta desde o trabalho pós-apocalíptico do artista argentino Adrián Villar Rojas, com instalações como Mi familia muerta (2009), até o projeto Botannica Tirannica (2022), exibido pela artista Giselle Beiguelman no Museu Judaico. Também são apresentados programas de iniciativas como o Museo del Hongo, museu chileno focado em explorar o universo dos fungos, ou o Green Art Lab Alliance, uma aliança global em torno de arte e ecologia.

Fechando a publicação, a exposição “Vitalidades” foi concebida pela curadora Beatriz Lemos (MAM Rio), não como um capítulo do livro, mas como uma conversa entre obras como se elas estivessem sendo exibidas em um ambiente físico. A mostra impressa está dividida em três núcleos, nos quais os artistas questionam a ideia de ecologia, construída de forma ocidental, e ampliam os sentidos do termo. Os 16 artistas, em referência aos 16 odus (caminhos, em iorubá) do jogo de búzios, apresentam 16 possibilidades dentro do campo ecológico, explorando múltiplas linguagens contemporâneas.

“A escolha das obras veio de trabalhos que eu já conhecia, alguns trabalhos mais antigos, outros mais recentes. O que me interessava ali era compor uma narrativa a partir da ideia de expansão do significado de natureza-meio ambiente-ecologia”, afirma a curadora. As obras do artista paraense Labõ foram comissionadas especialmente para o livro.

“Eco-Lógicas Latinas” conta também com um glossário que detalha termos que relacionam ecologia ao continente latino-americano, como Abya Yala, conceito utilizado por povos originários da América Latina para se referirem a este território. Com edição e textos de Fernando Ticoulat, Marina Dias Teixeira e Yasmin Abdalla, a publicação conta com o arrojado projeto gráfico de Lorenzo Lo Schiavo e Cleo Döbberthin (Estúdio Palma) e design de Camila Regueira.

“Eco-Lógicas Latinas” já disponível nas livrarias, a publicação será lançada fisicamente, no dia 25 de março, às 10h, no Goethe-Institut, em São Paulo. O evento, que faz parte do Circuito SP-Arte, contará com a participação das artistas visuais Maria Thereza Alves e Giselle Beiguelman, que discutirão temas urgentes na prática artística latino-americana, como conservação ambiental e decolonização da linguagem.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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