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Cia Suave apresenta “Zona Franca” no Teatro Nelson Rodrigues

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Circulando pela Europa com montagens de seu repertório, a Cia Suave retorna ao Rio de Janeiro, seu local de origem, para a estreia de “Zona Franca”, seu novo espetáculo, no Teatro Nelson Rodrigues.

Cia Suave
Foto: Renato Mangolin

O grupo de dança capitaneado por Alice Ripoll sente que caminha num Brasil que renasce das cinzas, e leva ao palco uma cena composta por questionamentos sobre as encruzilhadas. Como se dão as lutas dentro de nós, entre as forças que nos compõe? Como farejar os caminhos? O quanto um encontro artístico pode mudar o rumo de uma vida?

E o que acontece quando uma sociedade opta pela barbárie, pela guerra, e o indivíduo se surpreende impotente? Seria uma nação capaz de escolher caminhar para a destruição? Quem escolhe nossas escolhas pessoais? A montagem observa nossas diversas mortes e vidas no decorrer de uma vida, como a cobra deixando para trás a pele morta. “Tratamos de emoções fortes, esbarramos em coletivos como as religiões, os rituais, as festividades. O quanto um grupo promove ou abafa a possibilidade de se ser livre? O que pode mudar uma trajetória? Um encontro, um livro, um amor, uma religião, um governo, uma oportunidade?”, indaga Alice, que comemora em 2023 nove anos da Cia Suave.

As inspirações não tangíveis não preocupam a diretora do espetáculo, cujo trabalho canaliza suas ideias de forma particular. “Esse é o desafio da dança, que é uma arte abstrata. Mas meu foco não é exatamente materializar algo pré-concebido. Eu trabalho com uma ordem invertida. Começamos com improvisações bem abertas e abstratas, sem um assunto ou tema definido, mas indicações do corpo e do movimento. A partir daí meu trabalho é ‘escutar’ e pescar o que está sendo trabalhado. A própria pesquisa aponta seus caminhos, procuro não interferir tanto e deixo os corpos se expressarem”, entrega Ripoll.

A cena faz uso de elementos ritualísticos como o transe e a vertigem provocada pelos batuques. “A zona é franca, são verdades que trazemos. Criamos um espaço onde se busca a liberdade, dos intérpretes e também do público, mas também parece verdade outra sombria zona franca global que se alastra na economia mundial. O título também se refere à livre incorporação de elementos de diferentes danças e músicas, característica dos movimentos artísticos nascidos após a Internet”, adianta Alice Ripoll.

A Cia Suave segue com a pesquisa iniciada nos espetáculos anteriores “Suave” e “Cria” sobre a relação das danças urbanas e populares do Brasil com uma encenação contemporânea, questionando que vozes falam essas danças e o que se pode expressar através delas. Além do “passinho”, que está presente em boa parte do novo trabalho, a nova criação apresenta também elementos de dança contato, teatro, pesquisas vocais, danças afro, afrohouse, Sabala, TikTok, e danças do norte e nordeste do Brasil, como pisadinha e brega funk.

O espetáculo pode ser visto, segundo a diretora, como “um momento decisivo, um portal que se atravessa”. Assim como a companhia tem feito com os oceanos, cruzando o mundo e ultrapassando limites. “Temos passado por muitos países da Europa – França, Bélgica, Inglaterra, Espanha, Alemanha, Itália, Suíça, Holanda, Portugal, entre outros. E também Estados Unidos. E neste ano vamos pela primeira vez para o Japão”, comemora Alice que, com sua companhia, formada por bailarinos oriundos da Penha e do Complexo do Alemão, participou de alguns dos festivais e teatros mais importantes do cenário.

 SERVIÇO:
“ZONA FRANCA”
Temporada: 08 a 18 de junho
Dias da semana: Quinta-feira a sábado às 19h; domingo às 18h
Ingressos : https://bilheteriacultural.com/

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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