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Festival das Culturas Indígenas no Museu do Pontal

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O Museu do Pontal, na Barra da Tijuca, realiza, nos dias 13 e 14 de abril, a segunda edição do Festival das Culturas Indígenas. Para celebrar a força, os saberes e as culturas dos povos originários, a programação gratuita conta com oficinas, apresentações musicais, filmes, conversas, feiras de artesanato e gastronomia e o lançamento da exposição da artista plástica Carmézia Emiliano. A curadoria é da equipe do Museu, em conjunto com Pacari Pataxó e Carmel Puri, educadores indígenas que vivem no Rio de Janeiro.

Um dos destaques da programação é a presença do cacique e xeramoi (liderança espiritual) Augustinho da Silva Karai Tataendy Oka, da aldeia Araponga (Paraty/RJ). Aos 103 anos, o ancião é uma das principais lideranças espirituais Guarani Mbya na região Sudeste. A convite do Museu do Pontal, ele vem ao festival (dia 14, 15h45) para demonstrar como é feita a cerimônia Nhemongara’I. Esse ritual ancestral é realizado anualmente na aldeia, quando o pajé batiza e planta sementes sagradas de milho, além dar nomes nativos a parentes, especialmente crianças e jovens, que servirão como proteção espiritual.

O evento também marca a abertura da exposição Carmézia Emiliano e a vida macuxi na floresta, primeira individual da artista macuxi no Rio de Janeiro. Nascida em Roraima, Carmézia pinta cenas do cotidiano de seu povo desde os anos 1990 e é considerada uma das mais importantes artistas indígenas do País. Em 2023, teve uma exposição individual no MASP e participou das bienais de arte de SP e das Amazônias. A mostra reúne 21 pinturas, ocupa uma sala e o foyer do Museu, e tem curadoria dos diretores do Museu do Pontal, Angela Mascelani e Lucas Van de Beuque. Carmézia vem ao Rio de Janeiro especialmente para o lançamento da mostra, conversa com o público (dia 13, às 17) e fará uma vivência de pintura e desenho (dia 14, às 11h).

A programação conta ainda com uma mostra de cinema indígena. A curadoria é da cineasta Olinda Tupinambá, responsável pela seleção dos três filmes – a animação Quando os Maíra’yr criaram a noite, inspirada em uma história Guajajara, e os documentários No tempo do verão, que acompanha crianças da etnia Ashaninka em um fim de semana na mata, e Cordilheira de Amora II, sobre uma menina Guarani Kaiowá que transforma seu quintal num experimento do mundo. As sessões acontecerão na sala multiuso, às 12h30, nos dias 13 e 14.

Diversas etnias estarão presentes no festival. No sábado (dia 13), Pacari Pataxó abre a programação com uma oficina de pintura corporal (10h) ao ar livre, nos jardins do museu. Às 11h, o escritor e poeta Dauá Puri conta histórias de seu povo na sala multiuso. Na parte da tarde acontecem uma oficina sobre a importância das sementes com Twry Pataxó (15h), a apresentação do coral Guarani Tenonderã, de Bracuí/RJ (16h).

No dia 14, o projeto Bebês no Museu do Pontal (10h) recebe a atriz e contadora de histórias Mel Xakriabá, que levará para a roda de musicalização cantos e instrumentos da nação xakriabá. Às 15h45, será realizada a Cerimônia Nhemongarai, conduzida pelo pajé Augustinho da Silva Karai Tataendy Oka. O ritual será seguido de uma apresentação de cânticos guaranis pelo coral Kaa.guy Oy, formado por crianças e jovens da Aldeia Araponga. Encerrando a programação, às 17h tem palestra com o cacique Carlos Doethyró Tukano sobre sua luta em defesa dos direitos dos povos indígenas e a cosmologia do povo Tukano.

Nos dois dias de evento, a DJ Cris Panttoja apresenta o resultado de suas pesquisas sobre música brasileira, tocando sempre nos intervalos das atividades. O festival tem entrada gratuita e classificação livre. Para participar das atividades na sala multiuso é necessário retirar ingresso na recepção com 45 minutos de antecedência.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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