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Sono Mortal: mais um terror genérico que chega aos cinemas

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Sem dúvida uma das experiências mais estranhas e assustadoras que qualquer ser humano pode passar é a chamada paralisia do sono. Estranho ato fisiológico que ocorre quando o cérebro acorda de um estado REM, mas a paralisia corporal persiste, deixando a pessoa temporariamente incapaz de se mover. Além disso, o estado pode ser acompanhado por estranhas sensações e alucinações. Assim, utilizados de elementos reais que diariamente assustam milhares de pessoas pelo mundo, o roteirista Jeffrey Reddick que é responsável pelos cinco filmes da franquia Premonição, busca atingir experiências próximas do público com o enredo de Sono Mortal, seu mais novo filme.

O roteirista tenta ir um pouco além da situação da paralisia do sono e resolve incrementar com alguns elementos do folclore popular ligado ao tema. Afinal existem relatos de pessoas em diferentes culturas que dizem ver um demônio, uma bruxa ou criaturas macabras em suas alucinações. Tomando então como base esses relatos, Reddick conta a história de Kate Bowman (Jocelin Donahue), uma jovem assistente social que a partir da misteriosa morte de sua irmã gêmea, começa a investigar uma série de estranhos casos, onde as vitimas simplesmente morreram enquanto dormiam. Logo, ela descobre que pouco antes das mortes, as vítimas relataram que uma força sobrenatural apareceu enquanto sofrem paralisia do sono. À medida que se aprofunda no caso, Kate abre espaço para a fúria da criatura, fazendo com que ela e sua família sofram com um antigo mal.

É interessante ideia de utilizar de um medo “real” para afetar o público, afinal se você nunca sofreu de paralisia do sono, com certeza conhece alguém que teve essa experiência. Fora que não existe momento em que estamos mais vulneráveis do que o momento em que estamos dormindo. O problema é que a utilização de uma única entidade como a causadora dos ataques as pessoas e a estética escolhida pelo diretor Phillip Guzman pra criar os momentos dos ataques durante a paralisia, acabam associando diretamente aos filmes da franquia A Hora do Pesadelo. E vamos deixar claro que a bruxa de Sono Mortal não consegue se comparar em nada com o icônico vilão Freddy Krueger.

O problema de Sono Mortal é o mesmo de diversos filmes de terror genéricos que chegam aos cinemas todas as semanas, a falta de criatividade para guiar a história e a falta de tato dos diretores para criar um ambiente que funcione o terror. Guzman falha em criar uma atmosfera assustadora e em nenhum momento do filme o espectador sente medo ou desconforto durante os momentos dos ataques na paralisia do sono. Nem a trilha sonora assinada por Marc Vanocur salva os momentos de tensão do filme, muito pelo contrário, ajudam a fazer de Sono Mortal uma experiência completamente esquecível.

Renato Maciel
Renato Maciel
Carioca e tijucano, viciado em filmes, séries e tudo envolvendo cultura pop, roteirista e estudante de cinema, podcaster no Ratos de Cinema

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