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Woody Allen volta aos cinemas com Roda Gigante, seu mais novo projeto anual

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Woody Allen parece confuso e cansado, em sua nova obra. Com problemas de ritmo, na construção do roteiro e seus personagens, a trama que é bem simples e sem grandes viradas de narrativa não engata. O filme que tinha tudo para ser um grande sucesso apresenta uma sucessão de repetições no roteiro de produtos anteriores do cineasta. Tendo em vista que sempre temos um alter-ego do diretor em cena, dessa vez, Woody Allen volta às telas com seu mais novo projeto anual, com uma mistura do seu alter-ego em todos os personagens e muitas subtramas em cena.

Narrado por Mickey, um salva-vidas bon vivant, interpretado por Justin Timberlake, o filme se desenrola através do seu envolvimento com Ginny (Kate Winslet em ótima atuação), uma garçonete de Coney Island que mora com o filho e o marido Humpty (James Beluchi), um operador de carrossel, que trabalha em um parque na praia de Coney Island. Quando Carolina (Juno Temple, em atuação destemperada) filha do primeiro casamento de Humpty, pede abrigo ao pai que não via à tempos, a roda dos desejos começa a girar. No meio disso, ainda tem o pequeno incendiário, Richie, interpretado por Jack Gore. O menino que faz o filho de Ginny, tem  um personagem riquíssimo em mãos, que, infelizmente, Woody não soube aproveitar. Como dito a cima, existe um problema de construção de personagens, e Richie é um deles.

Ao envolver-se com duas mulheres ao mesmo tempo, Mickey se mete em uma corrida entre elas, com um roteiro regado a diálogos teatrais com referencias à Eugene O’Neill. A dimensão teatral da história é prolongada a personagens flagelados pelo destino, misturada à fantasia de Coney Island, entre as luzes e o neon e o simbolismo e o idealismo de seus personagens. Enquanto isso, a estética de Roda Gigante parece ser uma homenagem à Era do Ouro. O trabalho de fotografia de Vittorio Storaro (Café Society) eleva o nível do filme, assim como a direção de arte de Santo Loquasto.

Como o próprio titulo diz, a grande metáfora do filme é a roda gigante que a vida é, independente da repetição de ciclos (o que inclusive vale para o diretor), é preciso deixar a vida fluir e não se prender a um idealismo que não existe mais.

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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