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“A Descoberta”: de uma premissa sci-fi a um inconsistente drama sem sal

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Por Rafaelo Salles:

No dia 31 de março, a Netflix estreou “A Descoberta”, seu mais recente título original estrelado por Jason Segel, Robert Redford e Rooney Mara. No longa, o cientista Thomas Harbour (Redford) obtém a prova conclusiva da existência de vida após a morte. Diante dessa garantia – cuja consistência não é devidamente detalhada – milhões de pessoas recorrem ao suicídio, buscando tentar a sorte nessa nessa nova condição. Dois anos depois, ele está próximo de desvendar exatamente o que permeia o pós-vida, quando seus estudos são interrompidos pela chegada de seu filho, Will (Segel), e Isla (Mara), uma misteriosa mulher que carrega seu quinhão de tragédias pessoais.

O trailer de divulgação do filme nos leva a crer que a premissa central gira em torno das consequências da descoberta de vida após a morte e do choque causado pela onda de suicídios que se segue. E é aí que reside o grande problema de “A Descoberta”: essa premissa perde força nos primeiros minutos do filme, seja pela falta de argumentos que convençam o espectador da famigerada prova da descoberta, seja pelo fato de o roteiro não necessariamente se prender a essas questões.

O que prometia ser uma mescla de drama, romance e mistério, acaba oscilando de forma capenga entre esses estilos, numa construção bastante cansativa em alguns momentos. O filme falha em engrenar efetivamente por quaisquer caminhos que pudesse seguir. Os conflitos emocionais não são explorados a ponto de conferir a devida carga emocional à história, assim como as dimensões ‘sci-fi’ do enredo são vagas e mal exploradas. Jason Segel entrega um personagem monótono e sonolento que, apesar de tentar, não tem profundidade. Muito por conta disso, a relação entre ele e Isla não nos convence da transcendentalidade que a produção tenta vender. E esse aspecto seria essencial para o desfecho do filme.

“A Descoberta” tem seus acertos. A trilha sonora e as locações contribuem para o clima desolado e depressivo do mundo suicida apresentado. Um inesperado ‘plot twist’ poderia ter muito mais impacto se não dependesse da narrativa mal explicada e sub-explorada do enredo. Seja como for, a sensação que permanece no final é de que a Netflix tinha uma produção com muito potencial em mãos, mas falhas primárias minaram qualquer possibilidade de “A Descoberta” se tornar um filme relevante.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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