- Publicidade -

O Circulo coloca em perspectiva o uso de ferramentas tecnológicas

Publicado em:

A Era Digital em que se vive no momento tem lados positivos e negativos. Sim, finalmente é possível conversar com pessoas do outro lado do planeta em segundos, como se elas estivessem ao seu lado, mas nunca estivemos tão conectados e viciados em aparelhos smartphones. As pessoas perderam a noção do que diferencia algo que vale a pena compartilhar, para simplesmente compartilhar tudo o tempo todo. É disso que trata o novo longa da Imagem Filmes, O Círculo que conta a história da introspectiva Mae Holland (Emma Watson) entrando na empresa The Circle. Um dos CEOs, Eamon Bailey (Tom Hanks) forma uma parceria com Mae que a fará refletir sobre sua ética e vida.

Durante sua existência, Mae sempre foi uma pessoa solitária. Ela canoa para ter alguma privacidade e se distanciar de seus problemas. Uma dessas situações difíceis é a saúde do pai, que sofre com uma doença locomotora degenerativa. O tratamento é extremamente caro e a família inteira sofre para pagar. Por isso, quando a amiga Annie (Karen Gillian) consegue para ela um emprego no Círculo, a empresa mais poderosa do mundo, ela a oferece a oportunidade de participar do plano de saúde da empresa. Mae fica tão agradecida que permite ser a primeira humana a ter sua vida inteira espionada por câmeras ao sua volta.

Porém a protagonista é ingênua demais para enxergar o verdadeiro objetivo da empresa em que trabalha. O compartilhamento incessante de informações é uma estratégia política da empresa para forçar uma transparência somente àqueles que se opõem ao estilo de vida do Círculo.

Apesar de um elenco brilhante, e um conceito incrível para a narrativa (que inclusive é baseado no livro de mesmo nome de Dave Eggers), muitos cenas e incertezas da personagem principal soam forçadas. Mae se encontra constantemente dividida entre sua introspecção e solidão, e a necessidade de se comunicar e parecer socialmente ajustada em meio a outras pessoas. Mas sua falta de cautela nas decisões ao longo da trama se tornam pertinentes e irritantes depois do segundo ato, quando presumidamente já deveria ter uma melhor compreensão do que está de fato acontecendo com seu experimento, devido ao tempo que passou. A explicação para suas atitudes, não é suficientemente boa e o o roteiro parece “mastigado” para que tudo que fique estupidamente óbvio para o público.

Mesmo assim, o potencial enorme da história acerta em cheio em alguns momentos. Por exemplo, há alguns simbolismos em cenas, como o número de monitores na mesa de trabalho da garota, que vai aumentando aos poucos e passa do normal ao absurdo. Além disso, o diretor James Ponsoldt faz um bom trabalho posicionando o público dentro do universo fictício. Por vezes, parece que quem assiste está seguindo Mae como um perseguidor, do mesmo modo que a tecnologia pode fazer as pessoas se sentirem muitas vezes.

O Círculo claramente tem certa inspiração em George Orwell e sua obra “1984”, que apresentou pela primeira vez o conceito de “Big Brother” com pessoas sendo assistidas constantemente e também a obra “Revolução dos Bichos”, do mesmo autor, no tanto que as figuras de liderança manipulam os outros a seu bel-prazer. Desta forma, o longa metragem apresenta sim, uma interessante perspectiva sobre o debate atual do uso de ferramentas tecnológicas para acompanhar nossa vida, e se há a necessidade de traçar um limite sobre ele, mas, falha em tentar forçar isso ao público, ao invés de introduzir de forma mais inteligente e subliminar os questionamentos em tópico.

Luana Feliciano
Luana Feliciano
Estudante de Jornalismo, ama escrever e meus filmes favoritos sempre me fazem chorar. Minhas séries preferidas são todas de comédia, e meus livros são meus filhos.

Mais Notícias

Nossas Redes

2,459FansGostar
216SeguidoresSeguir
125InscritosInscrever
3.870 Seguidores
Seguir
- Publicidade -