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NA ESTRADA

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Baseado no best-seller “On the Road – Pé na Estrada”, escrito por Jack Kerouac nos anos 50, “Na Estrada” conta a historia de Sal Paradise, um aspirante a escritor que acaba de perder o pai. Ao conhecer Dean Moriarty, Sal é apresentado a um mundo de sexo, drogas e Rock n`Roll, praticamente um Woodstock na estrada.
 
O longa conta com a produção executiva do diretor e produtor Francis Ford Coppola, que comprou os direitos do livro em 1979.
 
O filme é interessante, mas incomoda aos fãs de Walter Salles por não ver a essência do diretor. Sem dúvida alguma é um grande desafio adaptar essa obra. De maneira alguma, estou desmerecendo o trabalho do diretor, apenas não vi a sua essência, que tanto admiro.
 
Foi nos minutos finais que me apaixonei pela obra ao reconhecer a essência de Walter Salles, (diretor conhecido por trabalhos humanizados como Linha de passe e Abril Despedaçado e romantizados como em Diários de motocicleta). Em um diálogo que define a amizade de Dean e Sal, meus olhos e ouvidos se emocionaram ao presenciar um momento tão lindo e ao mesmo tempo angustiante entre os personagens.
 
Foram milhares de quilômetros percorridos pelo interior dos Estados Unidos, Canadá, México, Argentina e Chile no intuito de compreender o estado de espírito dos personagens principais do livro. O que a princípio aparenta ser um mero detalhe perfeccionista fica bastante explícito ao assistir o filme. Afinal de contas, o grande mérito do diretor, foi justamente compreender a realidade daqueles jovens que estavam em busca de algo, sem jamais julgá-lo.
A câmera na estrada traduz o estilo de Walter Salles dirigir, reconheci a fotografia de Diários de Motocicleta, Central do Brasil e Abril Despedaçado.

Em Na Estrada, Walter Salles enxerga mais um Road Movie como Central do Brasil, Diários de Motocicleta e Terra Estrangeira.

Outro ponto crucial para o filme é a imersão do elenco neste ambiente. Quanta química e envolvimento entre os atores! Desde o início, percebemos uma energia sexual muito grande entre eles.
 
Destaques para a breve participação de Viggo Mortensen e Amy Adams, ambos muito bem.
 
Já a atriz Kristen Stewart que entrou para o elenco, bem antes de ficar conhecida (indicada por Alejandro González Inárritu e Gustavo Santaolalla, que haviam visto seu desempenho em Na Natureza Selvagem. Na época Salles teve que anotar seu nome, já que nunca tinha ouvido falar dela), não atua no mesmo nível dos outros atores.
 
Em conversa com o diretor, Kristen Stewart se declarou fã do livro e que faria qualquer coisa para interpretar Marylou. Mas, infelizmente, a jovem atriz marcada pela a atuação em Crepúsculo não corresponde a esse cenário descrito por Jack Kerouac e, agora, Walter Salles. A atriz na tentativa de se desvincular do grande papel que a levou ao estrelato tenta, mas não consegue um bom destaque em sua atuação.
 
A sensação durante o filme às vezes parece de ser um pouco longo demais, em parte devido ao excesso de cenas soltas que, ao mesmo tempo, são necessárias, representando a vida sem rumo definido a todo instante de seus personagens.
 
Símbolo da contracultura e da geração Beat, o livro foi considerado pela revista Time como um dos 100 melhores em inglês entre 1923 e 2005.

 

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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