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IMS-RJ EXIBE MOSTRA LATINO AMERICANA DE CINEMA

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Cinema do IMS-RJ recebe mostra de filmes realizados por mulheres latino-americanas
A partir de 10 de março (quinta-feira), o Cinema do IMS promove a segunda edição da mostra Retratos de família, realizada pela primeira vez em 2013. A seleção reúne sete documentários em que as histórias familiares das realizadoras são o fio condutor, todos com um forte envolvimento pessoal das diretoras no filme.
Nesta edição, os documentários exibidos contam a história de mulheres que tiveram suas vidas atravessadas pela história política de seu país. Em cinco deles, elas partem em busca da memória familiar marcada pelas ditaduras militares latino-americanas (Elena, de Petra Costa; Os dias com ele, de Maria Clara Escobar; Uma longa viagemde Lúcia Murat; Tempo suspenso, de Natalia Bruschtein; eDiário de uma busca, de Flavia Castro).
No sábado (12), a diretora Maria Clara Escobar, realizadora de Os dias com ele, participará de um debate após a exibição do filme. O documentário, lançado em DVD pelo IMS este ano, foi o grande vencedor da Mostra de Cinema de Tiradentes em 2013, eleito como melhor filme pelo júri oficial e pelo júri jovem. Recebeu ainda o prêmio de melhor opera prima no DocLisboa no mesmo ano, menção honrosa na V Semana dos Realizadores, no 35º Festival del Nuevo Cine Latino Americano de Havana e no Festival Internacional de Cine de Murcia, Espanha, entre outros.
Programação:
10 de março
16h Uma longa viagem, de Lúcia Murat  (Brasil, 2011. 95’, 14 anos)
20h Diário de uma busca, de Flavia Castro (Brasil, 2011. 111’, 10 anos)
  
11 de março
16h Elena, de Petra Costa (Brasil, 2012. 82’, 12 anos)
20h Um passaporte húngaro, de Sandra Kogut (Brasil/França/Bélgica/Hungria, 2001. 72’, Livre) 
12 de março
16h Os dias com ele, de Maria Clara Escobar + debate com a realizadora após a sessão 
20h [SESSÃO DUPLA: Tempo suspenso Memória oculta]
Tempo suspenso (Tiempo suspendido), de Natalia Bruschtein (México, 2015. 64’)
Memória oculta (Memoria oculta), de Eva Villaseñor (México, 2014. 60’) 
13 de março
16h Diário de uma busca, de Flavia Castro
20h Uma longa viagem, de Lúcia Murat  

15 de março

16h Um passaporte húngaro, de Sandra Kogut

20h [SESSÃO DUPLA: Tempo suspenso Memória oculta]
Tempo suspenso (Tiempo suspendido), de Natalia Bruschtein
Memória oculta (Memoria oculta), de Eva Villaseñor
Sinopses
Elena, de Petra Costa
Elena viaja para Nova York com o mesmo sonho da mãe: ser atriz de cinema. Deixa para trás uma infância passada na clandestinidade dos anos de ditadura militar e a irmã Petra, de sete anos. Duas décadas mais tarde, Petra também se torna atriz e embarca para Nova York em busca de Elena. A todo momento, ela espera encontrar a irmã caminhando pelas ruas com uma blusa de seda. Pega o trem que Elena pegou, bate na porta de seus amigos, percorre seus caminhos e acaba descobrindo-a em um lugar inesperado.
Para a diretora Petra Costa, “todo artista coloca muito de si em sua obra, mesmo que não trate de uma pessoa da família. Mas, num filme sobre alguém da família, essa delicadeza e essa subjetividade ficam ainda mais aguçadas. Creio que a tendência é termos mais e mais filmes desse tipo, e que isso venha a ampliar a reflexão sobre temas universais de afeto, luto e perda. Partindo de experiências pessoais, temos a possibilidade de mergulhar com maior profundidade nesses temas, e o cinema ganha muito com isso.”
Diário de uma busca, de Flavia Castro
Outubro, 1984. Celso Castro, jornalista com uma longa história de militância de esquerda, é encontrado morto no apartamento de um ex-oficial nazista, onde entrou à força. A polícia sustenta que se trata de um suicídio. O episódio, digno de um filme de suspense, é o ponto de partida de Flavia, filha de Celso e diretora do filme, que decide reconstruir a história da vida e da morte de seu pai.
É uma viagem no tempo e na geografia: a diretora volta a Porto Alegre, Santiago, Buenos Aires, Caracas e Paris, cenários do exílio familiar, da ilusão e do fracasso de um projeto político. O resultado é um documentário que combina a intriga policial, os testemunhos de familiares e companheiros e o relato na primeira pessoa de uma infância vivida entre o exílio e a luta armada. As vozes imbricadas de Celso e de sua filha constroem um retrato íntimo de uma relação marcada pela história e pela ausência.
Um passaporte húngaro, de Sandra Kogut
No começo, uma conversa ao telefone. Quem fala é Sandra, realizadora e personagem central deste documentário que gira em torno do processo que ela inicia para conseguir um passaporte húngaro. O filme se propõe a discutir o que é e como se constrói uma identidade, passando, aqui e ali, por pessoas radicalmente jogadas para um espaço não identificado no final da década de 1930, com uma letra K carimbada em seus passaportes.
Os dias com ele, de Maria Clara Escobar 
+ debate com a realizadora após a sessão
Primeiro longa-metragem de Maria Clara Escobar, que mergulha no passado desconhecido do pai, o intelectual Carlos Henrique Escobar. Os dias com ele revela as descobertas e as frustrações ao acessar a memória de um homem e de uma parte importante da história brasileira, a ditadura militar. Carlos Henrique Escobar, autoexilado em Portugal, é filósofo, dramaturgo, poeta, professor e foi um dos intelectuais mais provocativos dos anos 1960 e 1970, tendo sido preso e torturado durante o regime de exceção. Maria Clara é, por sua vez, uma filha que teve um contato distante com o pai e busca sua identidade. 
A diretora descreve a dinâmica de seus primeiros encontros com ele para a produção do filme. “Ele usando a construção das palavras, e eu, o aparato da câmera. Eu filmava muito, tudo. Ele encenava muito – e assim íamos definindo a talvez única relação possível. O que retrata e o retratado. O que olha e o que é visto. E, por que não, dentro dessa mesma lógica de relação de poderes negociados e apropriação de sua matéria: o que é pai e a que é filha.”
Tempo suspenso (Tiempo suspendido), de Natalia Bruschtein
Para Natalia Bruschtein, realizadora e neta de Laura Bonaparte – personagem principal – trata-se de um documentário sobre “os paradoxos da vida: como uma mulher que dedica 35 anos de sua vida à memória de um país, a impedir o esquecimento que frequentemente acomete as histórias das sociedades, pode padecer de um mal como a perda da memória? É justo que Laura padeça desse mal? Para mim, isso era uma ironia do destino, e decidi fazer um filme sobre a memória e esse paradoxo.”
Em um processo que teve início em 2011, Bruschtein se reaproximou da avó, já acometida por uma demência senil. Em idas à Argentina, a realizadora coletou materiais de arquivo, com o desejo de, em suas palavras, “filmar Laura o máximo possível. Foram 10 dias intensos indo todos os dias à clínica de repouso e ficando com ela. Era uma corrida contra o tempo, sua doença avançava, e havia cada vez mais danos em suas recordações. Queria estar com ela em seu cotidiano para poder mostrar no filme o contraste entre o material de arquivo, que era sua memória, e o presente, que era sua desmemória.”
Memória oculta (Memoria oculta), de Eva Villaseñor
Memória oculta trata de reconstruir um período de perda de memória da vida da realizadora Eva Villaseñor: “É uma menina que estuda cinema e, em seu primeiro ano de faculdade, sofre uma ruptura com a realidade e é internada num hospital psiquiátrico, onde recebe um tratamento que tem como efeito secundário a perda da memória de alguns meses anteriores a esse evento. Oito anos depois, ela faz algumas entrevistas para tentar recuperar esse tempo, entender o que aconteceu. Essa menina sou eu.”
Para Eva, “foi uma espécie de autopsicanálise, se é que posso chamar assim. É algo que segue em desenvolvimento, porque eu continuo apresentando o filme, e o público pergunta, e isso me faz pensar no que estou costurando.”
Uma longa viagem, de Lúcia Murat
(Brasil, 2011. 95’, 14 anos)
Exibição em DCP
Uma longa viagem conta a história de três irmãos. Heitor, o caçula, vai para Londres em 1969, enviado pela família para que não seguisse os passos da irmã e entrasse na luta armada contra a ditadura no Brasil. Durante os nove anos em que viaja pelo mundo, ele escreve cartas. Contrapondo-se à entrevista e às cartas, os comentários de Lúcia, a irmã que foi presa política, virou cineasta e viaja pelo mundo, num processo inverso ao de Heitor. Miguel, o terceiro irmão, morreu. Diante da perda, os outros dois resgatam a memória da época em que viveram juntos.
“Talvez o fato de vivermos um tempo em que muitas certezas foram colocadas em xeque, que utopias caíram em desuso, nos levem a querer abordar os fatos de outra maneira, a partir de experiências pessoais”, diz a diretora Lúcia Murat. “O pessoal e o político tratados de uma forma mesclada quem sabe pode abrir novos caminhos, mais livres.”
INGRESSOS
R$ 8,00 (inteira) e R$4,00 (meia)
Ingressos disponíveis também em www.ingresso.com
Disponibilidade de ingressos sujeita à lotação da sala.
Instituto Moreira Salles
Rua Marquês de São Vicente, 476
Gávea – Rio de Janeiro – RJ
21 3284 7400

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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