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Mãe só há Uma

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mãeMesmo que digam o contrário, está longe de existir alguma igualdade de gênero no cinema. E se já é assim em Hollywood, não é necessário comentar sobre a situação no Brasil. Dentre algumas poucas diretoras, temos Anna Muylaert, conhecida por “Que Horas Ela Volta?” e com uma filmografia que surpreende alguns. Agora, ela retorna com “Mãe Só Há Uma”, abordando novamente a maternidade e adolescência, mas por outro aspecto.

E não fica só aí, o filme debate também discursos machistas da sociedade brasileira, põe na mesa discussões sobre a nova geração e uma sexualidade flúida, além de começar a história por um “roubo” de bebê na maternidade. Em resumo, trata de muito, mas se aprofunda pouco. Uma alfinetada escondida pelo bom humor.

Por motivos assim, o final do longa deixa para trás um certa inquietação e frustração. Aquele famoso “gostinho de quero mais”. Toda a história mantém o espectador preso a tela, esperando por cada reviravolta e desenvolvimento de personagem, mas no fim, todos os aspectos externos mesmo diferentes, deixa a ideia de que tudo continuou o mesmo.

Começando pelo personagem de Naomi Nero, Pierre, que possui diversos aspectos interessantes, mas todos são apenas pincelados na tela. Que vai dos seus relacionamentos confusos até a história da mãe “adotiva”. Além de um plot secundário vivido pelo irmão mais novo que chega a ser dispensável.

Mas por baixo das críticas, tem os elogios, começando pela direção de Anna que aproxima quem está na cadeira dos personagens, de forma íntima, criando uma indentificação rápida. A qualidade também vai para a fotografia e os diálogos no roteiro, em que pulamos de forma leve do drama para a comédia.

“Mãe Só Há Uma” parece ser mais um “8 ou 80”, um daqueles filmes que irá dividir opiniões, mas que não tem o por que de dar uma conferida. O que realmente importa é a contribuição para o cinema brasileiro, que mesmo podendo não agradar na história, traz uma produção comparável a muitos filmes europeus.

Junno Sena
Junno Sena
Escritor e estudante jornalismo, mas querendo mesmo é comer croissant em frente a Tiffany's. Por falar nisso, alguém sabe para que lado fica o Restaurante no Fim do Universo?

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