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Confira a entrevista com os criadores a a diretora do musical infantil “Mundo Bita” em cartaz no Teatro Riachuelo

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Assistido por mais 500 milhões no youtube, o desenho educativo “Mundo Bita” ganha adaptação teatral em formato musical tudo com muito amor e cor, do jeitinho que as crinças gostam. Confira a entrevista com os criadores do desenho João Henrique, Chaps Mello, Felipe Almeida e Enio Porto, a diretora do musical Alessandra Colasanti e o produtor Gabriel Bortolini.

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Lidar com o publico infantil hoje em dia , parece mais fácil e difícil ao mesmo tempo, afinal eles aprendem a lidar com a tecnologia mais rapidamente do que adultos. Você concorda?

João Henrique, Chaps Mello, Felipe Almeida e Enio Porto – As crianças da atualidade são muito diferentes socialmente do que quando os nosso pais ou avós eram pequenos. Hoje, na maioria das famílias, a criançada ocupa uma posição central. O cuidado com o desenvolvimento é maior, além da enorme exposição às mídias eletrônicas e tecnologias digitais. Por isso é importante cuidar melhor do conteúdo que chega até elas. Foi com esta mentalidade que nasceu a Mr. Plot.

Alessandra Colasanti – Olha, acho que criança é e sempre será criança. Ser criança está além de qualquer avanço tecnológico. A criança pode operar um computador, trabalhar na lavoura ou ser a inventora da nova rede social do futuro, mas de alguma forma mágica ela permanecerá criança. O brilho das crianças só as crianças têm. A criança carrega a essência de todos nós, ser criança é atemporal.

Acredito que o maior desafio do adulto em lidar com crianças mantenha-se o mesmo ao longo da história, embora o conceito de infância mude no decorrer dos tempos, sinto que as crianças têm algo muito importante para nos mostrar, desse encontro espiritual, depende o refinamento do ser humano.

A função da nossa peça é expandir a fantasia, como o próprio título entrega, é sobre imaginação que estamos falando. A imaginação é um instinto humano, sem ela a gente murcha, fica cinza, mingua. E a imaginação é o reino das crianças, esse é o seu mundo, e eu tenho muito a aprender com elas, a reaprender. Elas têm a chave do reino.

Me sinto honrada em dirigir uma peça de teatro destinada a seres tão sábios. As crianças são iluminadas, os adultos lhes devem reverência. Dizem que nós as ensinamos e elas nos ensinam na mesma medida. Mas às vezes me pergunto quem tem mais a aprender nessa relação.

Qual é a maior dificuldade em criar um desenho lúdico e educativo, sem parecer bobo?

João Henrique, Chaps Mello, Felipe Almeida e Enio Porto – As crianças são inteligentes, absorvem as informações e entendem tudo. O que fazemos no Mundo Bita é criar conteúdo que informe, transmita conceitos positivos e seja divertido. O público compreende a energia e gosta. É isso.

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O musical migra da plataforma digital para a real, quais foram as dificuldades da transformação da linguagem para um musical?

João Henrique, Chaps Mello, Felipe Almeida e Enio Porto – O teatro é fascinante, pois há uma troca bem direta e pura com a plateia. Como não temos a experiência do dia a dia, precisamos estudar bastante a linguagem e fazer muitas tentativas durante a elaboração do roteiro até chegarmos a um resultado legal. Para isso, foi super importante o suporte de Alessandra Colasanti, a diretora da peça. Nesse processo todo, crescemos e aprendemos muito.

Alessandra Colasanti – A peça conta uma história. A maior dificuldade é a estruturação dessa narrativa. Essa é a espinha dorsal. A carne do trabalho são os personagens, suas características, o universo Bita, seus códigos visuais, musicais, estéticos e também éticos, que precisam estar plenamente identificados com o vocabulário de origem , ou seja, as animações desenvolvidas para internet. Acho que o desafio é ter uma história consistente e manter a identidade da obra, quem vem nos assistir em geral são fãs, eles precisam se reconhecer na peça, reconhecer seus ídolos. Ao mesmo tempo é um prazer imenso poder proporcionar esse deslocamento do audiovisual para a tridimensionalidade, é gratificante poder “materializar” os personagens da internet, é como realizar um sonho para as crianças.

Gabriel Bortolini – Confesso que não foi tão difícil, nossos parceiros, Clivia Choen (direção de arte), Russinho (iluminação), Renato Linhares (direção de movimento), Pedro Lima (direção vocal), atores, e tantos outros, entenderam muito bem o Mundo Bita, e trouxeram qualidades da suas experiências de teatro a essa nossa realidade. Foi um trabalho muito prazeroso e intenso, mas de descoberta a cada ensaio. Trabalhar com o universo dos “pequenos” e do seu deslumbre inicial e como atender esse desejo era nossa meta e a maior dificuldade.

Qual é o tamanho dessa produção? Podemos esperar um mundo mais colorido e mais lúdico?

Alessandra Colasanti – Tão colorido e lúdico quanto as animações originais, essa é a nossa meta, o tamanho do nosso desejo, e portanto, o tamanho da nossa produção. Estamos sendo absolutamente fiéis à cartela de cores e traços do Mundo Bita. Os autores aprovaram inteiramente a direção de arte. Está fidedigna.

João Henrique, Chaps Mello, Felipe Almeida e Enio Porto – Quando construímos o roteiro, não sabíamos exatamente como seria a transformação da ideia original na peça de teatro. A Gávea surpreendeu com a super estrutura e competência na produção. Dos atores aos técnicos, só tem fera na equipe. O fato de todos cantarem as músicas em coro também ficou muito legal e foi uma ideia dos produtores junto com a diretora. Além disso, os objetos cênicos ficaram lindos. Estamos realmente apaixonados pelo espetáculo.

Gabriel Bortolini – Bita e a Imaginação que Sumiu é um espetáculo produzido sem nenhum patrocínio ou incentivo fiscal, toda a produção foi levantada com investimentos pessoais. Acreditamos muito no potencial desse espetáculo e na possibilidade de retorno desse investimento. Não medimos esforços para essa produção, o desejo de trazer o universo lúdico do Mundo Bita do Youtube para os palcos requer entender o lúdico do teatro, da mágica de fazer um balão voar nos palcos com 4 atores ou das bolinhas de sabão que invadem o teatro na música Bom Banho.

bita 3Mundo Bita é tem uma linguagem muito fácil de se entender , como foi o processo de transformação e criação para uma produção musical?

Alessandra Colasanti – Os clipes originais são musicais, acho que isso facilita muito. Me parece, se não mais fácil, certamente mais orgânico, do que por exemplo verter um romance, uma novela, ou transformar a vida de uma celebridade em musical. A identidade musical já existe, está dada, é o ponto de partida. Uma das nossas preocupações foi criar uma peça acessível e agradável tanto para os fãs mais miúdos quanto para as crianças com mais de vinte anos.

João Henrique, Chaps Mello, Felipe Almeida e Enio Porto – No início, quando criamos a Mr. Plot, queríamos desenvolver apenas livrinhos digitais. Éramos então uma editora e já começamos fazendo histórias autorais, criando o Bita para ser personagem principal. Depois de um ano, quando percebemos que não conseguiríamos sustentar a estrutura com os resultados das vendas dos livrinhos, fizemos uma última tentativa, que foi colocar músicas no quarto aplicativo, chamado Bita e os Animais. Chaps compôs e cantou três faixas: Como é Verde na Floresta, Fundo do Mar e Fazendinha. Os clipes começaram a fazer sucesso e a partir daí, nos transformamos em uma produtora de desenho animado musical.

Gabriel Bortolini – O Mundo Bita é muito lindo e especial, e nosso desejo era manter essa essência. No Mundo Bita os personagens não desenvolvem muito suas características, as crianças quase nunca ouviram as vozes e discursos desses personagens. Os criadores nos deram essa linda oportunidade de dar vida as personagens. Foi necessário entender como esse mundo se encaixa numa outra plataforma artística, o teatro. Não trouxemos o Mundo Bita pros palcos, criamos um espetáculo novo e original do universo Bita, com a linguagem teatral, isso sim era nossa maior missão.

bitaO musical contém 11 músicas, todas já conhecidas pelo público?

Alessandra Colasanti  – Sim, é um compilado de sucessos do Mundo Bita que entram para ilustrar uma história original sobre a falta de imaginação que se abate no Mundo Bita e a aventura da turminha em busca de resolver este problema tenebroso. os maiores sucessos do Mundo Bita estão presentes. Só tem hit! Chuá Tibum, Para Papar, Voa Voa Passarinho, a Fazendinha, entre outros. É pra fã, é pra cantar, é pra se emocionar.

Em tempos de internet, qual é a expectativa de público para o musical?

Alessandra Colasanti – A minha é a maior possível! A internet é o futuro, e o teatro é uma arte ancestral, é maravilhoso pensar que a internet possa trazer um púbico significativo ao teatro. Minha maior realização será trazer ao teatro quem nunca pisou num teatro, não falo apenas das crianças , mas especialmente dos pais. A internet tem esse poder.

João Henrique, Chaps Mello, Felipe Almeida e Enio Porto – Somos gratos por termos um público cativo, que acompanha o Mundo Bita no ambiente digital e fora dele. Os shows são sempre cheios e imaginamos que o público carioca, que é dos mais carinhosos com o nosso bigodudo, vá chegar junto nesta nova produção. Esperamos ver casa cheia e muita alegria.

Gabriel Bortolini – É uma enorme responsabilidade fazer essa transcriação do mundo virtual para os palcos. Da mesma forma que o Mundo Bita é em alguns casos é o primeiro contato de uma criança com o lúdico e com uma produção audiovisual original, brasileira e de qualidade, temos a responsabilidade de fazer o mesmo pelo teatro. Essa formação de platéia com os “pequenos” é muito importante num momento em que estamos discutindo moldes de produção, incentivo e a própria arte em si. Acreditamos que sempre terá público para algo original e de qualidade, e já podemos ver isso nos olhos brilhantes da nossa platéia.

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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