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Filme original da Netflix, “Blue Jay” é uma obra saudosista e melancólica sobre a vida

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Blue JayTentando reconstruir a vida, encontrar um rumo para ela, até que em um encontro casual, em uma situação banal, dentro de um supermercado, Jim reencontra o grande amor da sua vida. A primeira namorada, o amor do ensino médio. Aquela que você nunca esqueceu e sempre quis saber aonde estaria, e como tinha sido sua vida. Um plot normal, que em algum momento de nossa vida já imaginamos em reencontrar pelo acaso do destino, a pessoa que tanto amamos e quem sem sabermos direito, perdemos.

E se tivesse sido diferente? Se eu tivesse dito a coisa certa? Se eu tivesse ido atrás dela? Será que estaríamos juntos? Será que seriamos felizes?

E é exatamente sobre isso que Blue Jay, filme original da Netflix em parceria com a Duplass Brothers Production se trata. Um filme que fala sobre qualquer um de nós, personagens normais de carne e osso, cheio de defeitos e medos, se confrontando com um momento da vida e os efeitos irremediáveis do tempo.

Escrito por Mark Duplass, que também estrela o filme, e dirigido por Alexandre Lehmann, Blue Jay é uma obra saudosista e melancólica sobre a vida, instaurada em uma bela fotografia preto e branco, assim como aquela foto antiga guardada na armário, amarelada pelo tempo e já quase sem cor, que cada vez mais se distancia do presente.

Mas quando essas memorias vêm a tona e a podemos tocar, como se ao encontrar alguém e olhar nos olhos dela, tudo volta a ser como era antes, como se o tempo não tivesse passado?

Na poesia e delicadeza do texto de Duplass, e em seus diálogos orgânicos e muito bem construídos, tentamos entender porque aquele casal com tanta afinidade, interpretado magistralmente por Duplass e Sarah Paulson (apaixonante em cena), não ficou junto. O que deu errado no caminho?

É nessa volta ao passado através de fitas, bilhetes e lembranças em que o casal busca investigar o que já passou e o que está sendo o agora. Ambos perdidos, instáveis e tristes.

Mais do que um filme verborrágico como a linda trilogia de Antes do amanhecer , Blue Jay se constrói na base das conversas, mas se estabelecesse mesmo pela troca de olhares, toques e os simples silêncios. Aonde uma breve suspiro, olhos marejados, ou um sorriso sincero tem muito mais significado e verdade do que qualquer coisa dita ao longo de quase uma hora e meia de filme.

Você não apenas crê naquela trama interpretada com grande respeito e sinceridade, você sente, você é. Em certo momento nos encaixamos como Jim, outros como Amanda, afinal eles são uma parcela de um pouco do que cada um somos e desejamos, e assim como na linda cena final, temos uma catarse emaranhada de choros e risos ao nos depararmos que estamos vivos, ainda sentimos e amamos, não sendo necessário viver apenas do passado.

Um filme obrigatório, uma das pérolas escondidas no catálogo de Netflix.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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