- Publicidade -

Hugh Jackman encerra sua participação na franquia “Logan”

Publicado em:

Foi por volta dos anos dois mil que os filmes de herói começaram a recuperar um fôlego até então perdido após alguns fracassos dos anos noventa, na vanguarda dessa volta estava “X-men: o filme”, dirigido por Bryan Singer, que apresentava os famosos mutantes da Marvel no cinema pela primeira vez, dentre eles veio Wolverine interpretado pelo Hugh Jackman.

Ao longo desses dezessete anos o personagem foi ganhando destaque e desenvolvimento conforme a cronologia dos filmes dos mutantes que se tornava cada vez mais confusa, agora Logan está de volta para seu último filme. A sinopse segue um Logan (Hugh Jackman) bastante envelhecido e cujo poder de cura já não é tão eficaz quanto antes, os mutantes estão praticamente extintos mas eis que surge em seu caminho uma garota que pode mudar o seu destino.

Hugh Jackman entrega a interpretação mais intensa da sua carreira, até o momento. Seu trabalho facial, com a ajuda da ótima maquiagem, ajuda muito na hora de contrair o rosto em momentos de raiva, ao mesmo tempo, ele entrega expressões de relaxamento e desarme daquele tom taciturno em momentos de descontração, auxiliando o timing cômico do roteiro. O ator também demonstra atenção em sua interpretação corporal, pois o personagem quase sempre está mancando devido a idade ou tendo discretos tremores nas mãos.

Patrick Stewart e seu Professor Xavier são um espetáculo a parte, com Stewart entregando uma verdadeira prova de amor ao personagem. Ele ainda é aquele professor sábio dos filmes anteriores mas sua mente agora é acometida por sinais de demência e Alzheimer , mérito do ator por não cair no lugar comum do dramalhão e criar uma atuação com bases fincadas nos efeitos dessas condições no mundo real.

O roteiro consegue se destacar por pegar elementos chave de uma obra (Old man Logan) que necessitava de vários personagens da editora que não estão a disposição do atual estúdio. Mesmo fazendo algumas modificações quanto ao material original, os roteiristas conseguiram criar um clima de conclusão, ao mesmo tempo em que, ao introduzir uma nova personagem, e criar um laço afetivo que funciona em apenas algumas horas. O tom de “Road movie” reforça esse sentimento de companheirismo, com seus momentos de viagens de carro e conversas emotivas. Outro mérito é que a historia em si é bem fechada do inicio ao fim, ou seja, o filme não sofre com os erros de cronologia da franquia e funciona tanto como um capitulo separado como quanto um fim.

Entretanto há alguns pequenos buracos na narrativa que não são respondidos, como por exemplo os vilões possuírem amostras de DNA do Wolverine ou o fato de todos os mutantes não existirem mais, sendo que em determinado momento eles relatam um tragédia que ocorreu de forma isolada e não em grande escala. Outra falta sentida foi a de uma trilha sonora marcante por parte do compositor Marco Beltrami, que poderia elevar ainda mais certos momentos da produção.

Por fim, “Logan” não é uma historia sobre quadrinhos ou super–heróis mas sim sobre amadurecimento, sobre aceitar que tudo tem um fim, mas que esse fim pode ser um novo inicio. Hugh Jackman e Patrick Stewart estão desempenhando esses papeis à dezessete anos e aqui eles entregam a conclusão que eles consideraram a melhor, enquanto são guiados por um enredo que trata sobre redenção, não à toa o filme não conta com um vilão marcante pois o foco não é o bem contra o mal.

O diretor James Mangold não economiza em mostrar sangue e desmembramentos pois entende que a selvageria é parte do personagem, e seu mérito é não tornar essa carnificina constante, chegando a usa-la até mesmo para dar apoio à construção do enredo geral e a fotografia escura só reforça o sentimento de adeus, algo que ele já fez em “Johnny e June”. Ao subir os créditos finais a sensação foi de que uma era dos filmes de herói se encerrou da maneira digna.

Mais Notícias

Nossas Redes

2,459FansGostar
216SeguidoresSeguir
125InscritosInscrever
3.870 Seguidores
Seguir
- Publicidade -