Animação “Smurfs e a vila perdida” traz nostalgia e frescor ao desenho de 1958

Sonic, Dory, Avatar, Megaman, Stitch, e é claro, os Smurfs. O que todos esses personagens têm em comum? Se você pensa em azul, é certo de se lembrar de um deles. Em 1958, Pierre Culliford criou um vilarejo habitado somente por seres azuis, os Smurfs. O terceiro longa da Sony Pictures traz novas aventuras de Smurfette, Desastrado, Gênio, Robusto e o vilão Gargamel. Desta vez, Smurfette quer descobrir sua função no vilarejo, e terá que fazer uma visita a uma vila perdida para responder sua dúvida, mas não sem o apoio de seus amigos e a perseguição de seu arqui-inimigo.

Cada Smurf nasce com um adjetivo: tem o Smurf Ranzinza, Smurf Vaidoso, Smurf Habilidosos, Smurf Chef. Enfim, o nome que lhes foi dado já caracteriza o que fazem de melhor. Contudo, Smurfette não é uma Smurf qualquer. Nesta nova aventura, o público descobre sua história de origem. A única garota azul do vilarejo se sente triste por não saber no que é boa, e para alegrá-la, seus amigos a levam para brincar. Ela acaba encontrando uma passagem para a Floresta Encantada, local que os pequenos seres não têm permissão para entrar. Gargamel, como sempre, pede a seu pássaro que sequestre um smurf e quando ele traz de volta Smurfette, descobre sobre a passagem secreta onde existe a possibilidade de haver ainda mais Smurfs.

Com medo do que Gargamel pode fazer com essa informação, os quatro: Smurfette (Demi Lovato na versão americana), Desastrado (Jack McBrayer), Gênio (Danny Pudi) e Robusto (Jake Johnson) partem em direção ao desconhecido para avisar aos seres, que nem mesmo eles sabem como são, da chegada do vilão Gargamel (Rainn Wilson). No ritmo de produções com ensinamentos inspiradores às crianças e a quem for assistir com elas, “Smurfs e a Vila Perdida” fala sobre a beleza de não ter que se conformar com um adjetivo, ou com o passado que não podemos controlar.

Falando em beleza, a computação gráfica foi totalmente renovada para este terceiro filme. Ao invés de tentarem se aproximar das formas humanas, agora os Smurfs estão com uma cara bem mais de desenho animado. A escolha foi sábia, a empatia quanto a forma que se apresenta na tela é bem mais familiar do que a escolhida para as produções anteriores. O que não mudou, e por um bom motivo, foi o uso das cores, das músicas e da comédia família para divertir.

O vilarejo em que vivem junto ao Papai Smurf (Mandy Patinkin) já é bem colorido, mas o mundo que encontram atrás do muro é novo e excitante. Isso se mostra em uma explosão de cores quase hipnotizante, que dá ainda mais destaque ao azul que reveste os Smurfs. A trilha sonora escolhida é interessante. Foram usadas diversas músicas pop/eletrônicas que a princípio parecem não se encaixar, e de fato existe momentos em que foram uma decisão ruim, mas o trabalho da edição combinada com a batida faz um esforço para amarrar as duas ideias.

Na versão brasileira, uma ideia muito boa foi chamar Ivete Sangalo para fazer a voz da Smurf Magnólia e Rodrigo Lombardi a de Gargamel. A dublagem ficou ótima e é sempre bom mostrar apoio a esses profissionais da dublagem. Além do áudio, existe o visual. O filme está disponível também em 3D e ajuda a inserir o público naquele mundo animado e tingido de arco-íris.

A jornada de autodescoberta de Smurfette, acaba se tornando uma revelação para todos que encontram no caminho, e os problemas que se deparam são difíceis de se resolver, mas nada que um grupo de amigos tão unido não possa dar conta, e ainda tirar umas boas risadas no meio. É exatamente assim que o público se sente, e as crianças com certeza sairão de “Smurfs e a Vila Perdida” com um bom exemplo de que podem fazer e ser o que quiserem, se divertindo e querendo mais desse mundo, como diriam no vilarejo azul, Smurftástico.