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Love Film Festival: uma história de amor que amadurece através do tempo

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Metalinguagem é uma figura de expressão que caracteriza um produto falando de si mesmo, por exemplo, quando uma série de televisão fala sobre séries de TB, ou um poeta escreve sobre escrever poesia. Love Film Festival é uma celebração da metalinguagem na cinematografia. O longa conta a história de Luzia (Leandra Leal), roteirista brasileira, e Adrián (Manolo Cardona), ator e diretor colombiano. Em meio a um festival de cinema, eles se conhecem e se apaixonam, e em outros três encontros de festivais, esse amor entre os dois é retomado de uma forma ou outra. Dirigido por mais de um diretor, o longa conta uma história de amor que amadurece através do tempo.

O primeiro festival de cinema, em que o casal se conhece, é em Portugal e foi codirigido por Manuela Dias, que também roteirizou e produziu o longa, e Vinicius Coimbra. Em seguida, o drama acontece em um festival no Brasil, dirigido por Bruno Safadi. A aventura na Colômbia é assinada pelo diretor Juancho Cardona. Por último, o suspense nos Estados Unidos é  assinado por Manuela Dias. A quantidade de diretores nesta produção faz com que o longa possa ser analisado de duas formas: como uma obra completa ou como quatro capítulos de uma história.

Considerando cada parte separadamente, a ideia que se passa é que cada diretor tinha uma lista de tarefas do que precisava ser incluído em suas direções. Todo diretor incluiu na edição, música nativa do lugar onde filmou sua parte, além de uma cena de sonho bastante conceitual e falas poéticas dentro ou fora desses sonhos. A codireção de Manuela e Vinicius se destaca das demais por não se preocupar muito com a imersão vagarosa do público nessa relação entre os personagens. Talvez o tempo máximo para cada parte tenha sido o fator que fez a escolha de cortes abruptos criar uma discrepância entre a direção deles e de Bruno Safadi, diretor do capitulo no Rio de Janeiro.

Apesar das diferenças claras na direção, é interessante que um filme sobre pessoas que sabem fazer cinema seja realmente uma aula sobre a oitava arte. Cada um tem o seu jeito de criar a cena e inserir as novas aventuras e descobertas do casal à história total, e observar essas diferenças se torna um divertido exercício quando observado dessa forma. Cada diretor fez um bom trabalho em trazer à vida os altos e baixos de um relacionamento, e a experiência de Manuela no cargo de diretora que deixou a desejar na primeira parte, passa a brilhar na última.

Analisando o longa como uma peça única, há uma certa falta de fluidez em todo o enredo que o amarre como um só. Além do que, o final causa confusão sobre o rumo e existência dessa história de amor. Luzia e Adrián presenciam grandes momentos da história um do outro, como premiações, em certo ponto a mulher chega a contar sobre o relacionamento dos dois em um filme e expor realidade e ficção em uma obra que complica a confiança de Adrián. A culpa que ela sente ao vê-lo, causa sua falta em um dos festivais e faz com que as coincidências da vida aproximem ele da melhor amiga e atriz, Camila (interpretada por Nanda Costa).

Os dois veem a vida um do outro através de suas histórias com as devidas interpretações que o outro dá, e os encontros antes tão calorosos se tornam frios, antes de retomar longos momentos de paixão e saudade. O amor dos dois é surpreendente e tenta superar, o tanto quanto pode, as barreiras da distância e da carreira. Além disso, Love Film Festival é uma interessante atividade sobre modos de dirigir, editar e contar uma história, não só para quem pôde os fazer na prática, mas também para o público observador deste amor que atravessa o tempo e fronteiras internacionais.

Luana Feliciano
Luana Feliciano
Estudante de Jornalismo, ama escrever e meus filmes favoritos sempre me fazem chorar. Minhas séries preferidas são todas de comédia, e meus livros são meus filhos.

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