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“Tom na Fazenda” reestreia no Teatro SESI Centro

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Depois de uma temporada de sucesso no Oi Futuro Flamengo e de circular pelo estado do Rio de Janeiro no Circuito Sesc, o espetáculo “Tom na Fazenda” está de volta aos palcos cariocas, desta vez no Teatro SESI Centro. Idealizado pelo ator e produtor Armando Babaioff, que também assina a tradução, a montagem reestreia no dia 31 de agosto (quinta) e segue até 30 de setembro, com apresentações na quinta e sexta-feira, às 19h30, e no sábado, às 19h. Dirigida por Rodrigo Portella, a peça traz no elenco Kelzy Ecard, Camila Nhary, Gustavo Vaz, além do próprio Babaioff.

Com cinco indicações ao Prêmio Shell, sete ao Cesgranrio e dez ao Botequim Cultural, a peça é baseada no original Tom à la Farme, do autor canadense Michel Marc Bouchard. Foi numa conversa com um amigo que Babaioff tomou conhecimento do filme Tom na Fazenda (2013), uma adaptação da peça homônima, com direção do franco-canadense Xavier Dolan (premiado no Festival de Cannes por Mommy, em 2014). Arrebatado pela obra, o ator começou a traduzir a peça, que aborda a inabilidade do indivíduo para lidar com o preconceito, a impotência, a violência e o fracasso.

“No ano em que traduzi a peça, 347 pessoas foram assassinadas pelo simples fato de serem quem eram. O Brasil é o país que mais mata homossexuais no mundo, mais do que nos 13 países do Oriente e da África onde há pena de morte aos LGBT. O que me fascina em Tom na Fazenda é essa possibilidade de falar de assuntos que eu realmente acho necessário. Eu sinto essa necessidade de dizer para o mundo verdades das quais eu acredito”, diz Babaioff.

Na história, após a morte do seu companheiro, o publicitário Tom (Armando Babaioff) vai à fazenda da família para o funeral. Ao chegar, ele descobre que a sogra nunca tinha ouvido falar dele e tampouco sabia que o filho era gay. Nesse ambiente rural austero, Tom é envolvido numa trama de mentiras criada pelo truculento irmão do falecido, estabelecendo com aquela família relações de complicada dependência. A fazenda, aos poucos, vira cenário de um jogo perigoso, onde quanto mais os personagens se aproximam, maior a sombra de suas contradições.

A peça conta uma história bastante comum entre jovens de várias gerações, mesmo de culturas diferentes. No Canadá, no Brasil, no Oriente Médio, no Japão ou na África do Sul, homens e mulheres jovens aprendem a mentir antes mesmo de aprenderem a amar. As famílias, guardiãs das normas sobre a sexualidade, garantindo sempre a heteronormatividade, inserem nos próprios membros a semente da homofobia.

“Todo redemoinho que devastará a vida dos que fogem das normas surge no núcleo de suas próprias famílias”, comenta Rodrigo Portella, que opta, mais uma vez por uma encenação com poucos elementos para que as sutilezas das relações propostas pelo texto se sobressaiam. “Bouchard compôs uma obra de estrutura impecável. Ele vai fundo nas contradições dos seus personagens, o que os torna muito próximos de nós”, acredita o diretor.

SOBRE MICHEL MARC BOUCHARD (autor)
Michel Marc Bouchard, 58 anos, nasceu em Saint-Coeur-de-Marie, em Quebec, no Canadá. Formado em teatro pela Universidade de Ottawa, fez sua estreia profissional como dramaturgo em 1983 com Contre-nature de Chrysippe Tanguay, Écologist, e, desde então, escreveu mais de 25 peças que foram traduzidas em diversas línguas e apresentadas em muitos países e festivais. Bouchard foi condecorado Cavaleiro da Ordem Nacional de Quebec, em 2012.

Sua obra mais conhecida é Lillies (Les Feluettes ou la Répétition d’un Drame Romantique), que posteriormente foi roteirizada e dirigida por John Greyson em seu filme homônimo. The Painter Madonna foi sua primeira peça traduzida para o inglês. Entre suas obras mais conhecidas, destaque para The Coronation Voyage (Le Voyage du Couronnement), Down Dangerous Passes Road (Le Chemin des Passes-Dangereuses) e Written on Water (Les Manuscrits du Déluge). Sucessos no teatro, as peças The Orphan Muses (Les Muses Orphelines) e Tom at the Farm (Tom à la Farme) também foram adaptadas para o cinema pelos diretores Robert Favreau e Xavier Dolan, respectivamente.

Ao longo de sua carreira, Bouchard foi agraciado com importantes prêmios de artes cênicas no Canadá: Prix Journal de Montreal,Prix du Cercle des Critiques de L’outaouais, Moore Award Dora Mavor for Outstanding New Play, Floyd S. Chalmers Award Canadian Play. Recebeu nove prêmios Jessie Richardson Theatre Awards para as peças Lillies e Les Muses Orphelines.

SERVIÇO:
TOM NA FAZENDA
Temporada: de 31 de agosto a 30 de setembro
Local: Teatro SESI Centro (Graça Aranha 1, Centro.)
Apresentações: quinta e sexta, às 19h30, sábados, às 19h.
Capacidade: 338 lugares. Duração: 110 minutos. Classificação indicativa: 18 anos. Gênero: Drama.
Ingressos: bilheteria: de segunda a sexta, das 12h às 20h. Sábados e feriados, das 17h às 19h. ou www.ingressorapido.com.br/venda/?id=1287#!/tickets

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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