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Amor, Paris, Cinema: Semi-biografia de Arnaud Viard chega aos cinemas

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Cada vez mais fica clara a aceitação do grande público brasileiro com os filmes franceses, em especial para as comerciais comédias dramáticas como Intocáveis e Uma Família de Dois. Assim buscando atingir esse público que chega aos cinemas Amor, Paris e Cinema, o segundo longa dirigido e protagonizado por Arnaud Viard, que aos 52 anos resolve brincar com sua carreira em forma de filme.

Muito mais conhecido no território francês, Arnaud é famoso por seu papel na série televisiva de comédia Que du bonheur, além de participar de alguns filmes como Paris Pode Esperar de Eleanor Coppola. Além disso, ele lançou em 2004 o longa Clara e Eu, sua estreia como diretor. Tudo isso serve como experiência e inspiração para Viard criar Amor, Paris e Cinema que no original recebe o mais direto título Arnaud fait son 2e film (Arnaud Faz Seu Segundo Filme), onde já podemos ver mostra o artista apresentando de forma semi-biográfica a história de sua vida.

Assim partindo da premissa da crise de criatividade, Arnaud (Arnaud Viard) é um cineasta de 45 anos que planeja finalmente realizar o seu segundo filme. Porém, nenhuns dos temas que ele pensou agradaram seu produtor. Enquanto isso, ele também almeja ter um filho com sua esposa Chloe (Irène Jacob), mas em seu casamento as coisas também não andam muito bem. Decidido a mudar de vida, se separa dela e se torna professor de teatro em Florent, onde mudará de vida ao conhecer a jovem aspirante a atriz Gabrielle (Louise Coldefy).

Fica claro no estilo narrativo de Viard a inspiração no cinema de Woody Allen, utilizando até a quebra da quarta parede, comunicando-se diretamente com o público assim como o diretor americano fez no clássico Noivo Neurótico, Noiva Nervosa. Além disso, o excesso de humor são os principais elementos que ditam o ritmo do primeiro ato e parcialmente do segundo, utilizando quase que de um formato de esquetes de humor apresentando as dificuldades de um simpático homem na meia idade. Perdendo assim um pouco de sua identidade, quando da metade em diante os tons de humor desaparecem do filme, faltando assim um equilíbrio que sustente a estrutura da história.

Ainda assim, vale ressaltar que Arnaud Viard se arrisca muito nesse tipo de história, pois da maneira que ele expõe sua vida e suas frustrações sendo ele o próprio protagonista, pode soar de forma arrogante, mas devido ao simples carisma do ator isso passa completamente despercebido. Isso também ganha força graças ao elenco que tem ótima química com Viard, em especial Irène Jacob, que passa muita verdade como Chloe.

No fim, Amor, Paris e Cinema é mais uma obra competente do “novo cinema francês”, com texto e montagens dinâmicas, que ressaltam os desafios de se fazer arte de forma independente e como isso afeta a vida do artista.

 

 

Renato Maciel
Renato Maciel
Carioca e tijucano, viciado em filmes, séries e tudo envolvendo cultura pop, roteirista e estudante de cinema, podcaster no Ratos de Cinema

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