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Novo filme de Laura Schroeder, “Barreiras” com Isabelle Huppert, chega aos cinemas

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Nesta quinta feira, 23, chega aos cinemas o longa Barreiras (Barrage), segundo filme da diretora Laura Schroeder (The Treasure Knights and The Secret of Melusina), estrelado por Lolita Chammah, Themis Pauwels e Isabelle Huppert. O enredo conta a história de Catherine (Chammah), que, após 10 anos de ausência, ressurge para tentar se reconectar com a filha, Alba (Pauwels), criada pela avó, Elizabeth (Huppert), que vê com ceticismo a reaproximação, mas não a impede. E o que começa como um encontro, caminha, aos poucos, em direção a uma relação forçada em um chalé afastado, no qual Catherine montou um quarto para a filha antes mesmo de encontrá-la – a personagem quer tanto, finalmente, assumir seu papel na vida da filha, que não se dá conta do longo caminho que teria que percorrer.

A câmera de Schroeder segue a personagem de Chammah se atropelando em seus planos por querer que a filha de conectar com ela imediatamente, sem dar o tempo necessário para que a jovem assimile a situação. Ao tentar impor sua presença na vida de Alma, a mulher – e o roteiro – acabam por reduzir a participação de Elizabeth, que, para todos os efeitos, é a única referência materna que a garota tem. Este é um aspecto que empobrece a trama, pois o conflito poderia ser melhor explorado – como já aconteceu antes, na despretensiosa comédia “Copacabana” (2010), de Marc Fitoussi, na qual Isabelle Huppert e Lolita Chammah, mãe e filha de verdade, têm o mesmo grau de parentesco e uma relação conflitante.

Por outro lado, um ponto interessante do roteiro é como as personalidades das três se repelem em diferentes graus. Catherine chega na vida de Alba de forma avassaladora e tenta sempre impedir que a filha reprise seus erros, simultaneamente, tenta não se assemelhar ao estilo de mãe que Elizabeth é. Este ponto é ressaltado pelo enquadramento 4:3, uma metáfora para o fato de não haver espaço para as “duas mães”. Ao mesmo tempo em que é uma abordagem bonita, o longa abre mão de explorar a relação entre as três de maneira mais dinâmica, fixando-se em Catherine e seu lento entendimento da situação real e não da idealizada. Aos poucos, a mulher vai entendendo que lhe falta equilíbrio emocional para atingir seus objetivos.

Com isso, o filme revela os detalhes da personalidade de Catherine lenta e progressivamente, acompanhando a compreensão da personagem sobre si mesma – ela acreditava estar preparada para dar este passo, mas, com o tempo, percebe que não estava. Durante a maior parte da trama há olhares, silêncios e expressões cheias de significado, mas as revelações e acusações só surgem no último ato, mas não da forma explosiva que era esperada, sem grandes momentos – muito disso se deve ao fato de Huppert, em vários momentos, ser mostrada quase como uma figurante de luxo. Por fim, Barreiras é filme que se esforça quase tanto quanto sua protagonista, mas acaba por empurrar Catherine, Alba e Elizabeth para um ciclo – e tal conclusão se deve à falta do principal ingrediente dos dramas familiares: a grande cena do “vômito verborrágico”.

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