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Psicologia Vs. Coexistência: Johnny Massaro fala sobre seu personagem em Todas as razões para esquecer

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Comédia romântica, Todas as razões para esquecer, de Pedro Coutinho, traz a história de um jovem que passa por situações tragicômicas ao não saber lidar com o término da relação. O filme que integrou a seleção dos festivais de Havana (Cuba), do Rio, Mostra de SPe Cinequest (EUA), é o primeiro longa-metragem do diretor e roteirista Pedro
Coutinho. Com Johnny Massaro e Bianca Comparato, o longa chega ao circuito brasileiro de cinema no dia 1 março.

Todas as razões para esquecer aborda a dificuldade de se recuperar de relacionamentos amorosos, é uma temática atemporal, como é para você levar para as telas uma comedia romântica com um olhar masculino? Você acha que as  mulheres irão se identificar? Como foi o processo de construção do seu personagem? Quais foram suas influências?
Johnny Massaro – Olha, as mulheres que assistiram pareceram gostar bastante. A temática, além de atemporal, é universal, né! Acho bastante necessário atualizar o que significa “ser homem”. Não me parece muito prudente ignorar nossas fragilidades, nossa sensibilidade, em prol de um ideal de masculinidade, que castra o outro ao mesmo tempo que castra a si mesmo. Acredito que curar as feridas do masculino é uma das chaves para abrir a porta de novos tempos.

Você atua junto à Bianca Comparato numa comédia romântica, que usa da tragicomédia em busca da aceitação. A proposta do filme é satirizar a situação?
Johnny Massaro – De maneira alguma. A proposta é falar sobre, entendendo que tudo pode ser trágico e cômico, como de fato é, dependendo de como se quer enxergar.

Seu personagem parte do pressuposto de coexistir em meio à situação psicanalítica em que vive. Você acha que fins de relacionamentos colocam à prova a nossa existência?
Johnny Massaro – Acho que nossa existência já é por si só uma espécie de prova. Mas, sem dúvida, o término de um relacionamento é uma ocasião especial nesse sentido, porque acaba expondo não só as nossas fragilidades como indivíduos como também a dificuldade que é estar em relação com um outro.

Shakespeare Vs. Freud. Seu personagem sofre por amor, assim como nas obras de Shakespeare, ao mesmo tempo em que ele busca se psicanalisar para esquecê-la. A contemporaneidade dos relacionamentos nada mais é do que a mistura das escolas de atuação e psicanálise?
Johnny Massaro – Acho que somos muito contemporâneos pra entender a contemporaneidade. Certamente é uma mistura de muitas coisas, tudo aquilo que trouxe a gente até aqui, agora. O que não é tudo, nem pouco.

Todas as razões para esquecer é o primeiro filme de Pedro Coutinho, vocês tiveram a oportunidade de construírem a narrativa do filme, juntos? Como foi o relacionamento no set?
Johnny Massaro – Ouço histórias esquisitíssimas sobre a maneira como os diretores eram antigamente: intransigentes, absolutos, etc. Não acredito nesse tipo de direção. Acredito na troca, na parceria, na soma. E foi nisso que Pedro e eu baseamos nossa relação dentro e fora do set. Realmente acredito não haver outro caminho. Meu trabalho não é decorar texto e parar na marca, mas dialogar com os quereres de um autor, filtrar, somar, e me tornar autor também.

O filme traz a mensagem de que homens, sim, sofrem por amor. Colocar isso para fora ainda é um tabu para os homens da nossa sociedade atual? 
Johnny Massaro –  A sociedade criou um ideal masculino que impende a conexão do homem com sua própria sensibilidade, resultando em homens que não podem ou não devem mostrar seus sentimentos. Isso não serve à ninguém. Penso que grande parte dos maus da humanidade tem raiz na deturpação do que significa “ser homem”. Acredito profundamente que uma atualização do masculino, mais conectado e consciente, inclusive, claro, com o (seu) próprio feminino, será uma das chaves para um novo momento da humanidade.

Seu personagem faz uso de um aplicativo de encontros. Cada vez mais, relacionamentos surgem através deles. O que você acha disso? Como você analisa essa situação?
Johnny Massaro – Se serve pra quem usa, acho incrível! Mas como não uso, me sinto pouco confortável pra opinar.

Todas as razões para esquecer já foi exibido em festivais, qual é a importância de eventos do gênero para o filme?
Johnny Massaro – Sim, participamos de festivais no Rio, São Paulo, Cuba e Califórnia. Ah, é bastante especial porque quem vai gosta e consome cinema. Sem falar que toda
sorte de incentivo e de motivo para se reunir numa sala escura já é lindo!

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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