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Château – Paris: uma competição dura onde todos querem ser o número um

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Por Isis Mendonça

O cinema francês tem uma peculiaridade: ele atrai o espectador, seja pelo histórico de obras relevantes, pela identidade forte, ou até mesmo por nos fazer ouvir a pronúncia gostosa do idioma. Mas cuidado! Isso pode ser uma grande armadilha. No caso de Château – Paris, até o pôster de divulgação na parede do cinema pode te induzir ao engano.

Charles (Jacky Ido) é um francês de origem africana que trabalha como uma espécie de “promoter” de salões de beleza no bairro Château D’ Eau, conhecido por ser uma grande colônia de africanos. Ele é respeitado por ser o melhor no ramo, porém, vê surgir como ameaça o jovem Bébé (Eric Abrogoua). Arrojado e de linguajar mais dinâmico e informal, Bébé começa a atrair a clientela e pôr em risco a relação entre os donos de salão e ele. No entanto, neste momento, Charles tem em mente um outro objetivo: abrir uma barbearia. Enquanto tenta convencer o babeiro “poeta” Mourat (Zirek Ahmet) a lhe passar o ponto, Charles se aproxima de Dan (Gilles Cohen), dono de um dos salões para o qual trabalha, para convencê-lo a investir no negócio. É neste momento que Dan se aproveita da oferta e pede uma contrapartida: quer que Charles vigie sua namorada Sonia (Tatiana Rojo). Uma bela jovem que promete revolucionar o mercado de salões de beleza da França com uma novidade trazida da Índia.

Em meio a isso, surge Moussa (Jean-Baptiste Anoumon), um “amigo” de Charles que só traz problemas a todos à sua volta. Um sujeito chato, irritante, que acaba tomando boa parte do protagonismo do filme (inclusive no aspecto atuação, Jean-Baptiste é quem se salva.) E este acaba sendo o argumento principal do filme: Charles perseguindo a mulher do patrão, enquanto Bébé conquista cada vez mais o território que outrora era seu sonho, quando um episódio tosco se põe a sua frente. O desfecho só não é tão decepcionante porque não há como nos decepcionarmos com algo que não nos inspira nada.

O filme é vazio. A mínimo de interesse que ele te desperta no início do filme, na relação entre Charles e Mourat, o barbeiro, logo se perde para situações irrelevantes e de cotidiano, que nada acrescentam à história e que tiram a consistência da obra.

A primeira coisa que se imagina ao ver o título, o pôster e até ao ler a sinopse do filme, é de que o Château, no caso Charles, é um homem virtuoso e de muito sucesso. Quando na verdade o que o personagem passa é uma ideia de um homem com uma utopia, pouca consistência e segurança, e uma vaidade exagerada. Como se o sucesso dele dependesse apenas do que ele aparentasse ser. Taí a chave do filme! Tanto o protagonista quanto a obra no qual está inserido são superestimados. O filme é sobre uma grande história desinteressante. Com personagens desinteressantes. Sem grandes momentos.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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