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João Pires da Gama lança o seu 2º livro ‘Para todos os corações selvagens’

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O escritor brasiliense João Pires da Gama poderia ser apenas mais um jovem de 24 anos com talento pelo Brasil afora. Mas além disso, mesmo com pouca idade, tem na bagagem uma vivência sofrida que lhe trouxe hoje grande amadurecimento, impresso em seus livros. A segunda experiência na literatura está em “Para todos os corações selvagens” , poemas inspirados na trajetória da sua quarta internação psiquiátrica.

Nada de drama, “a escrita salva”. É assim que pensa o andrógino escritor que quer continuar escrevendo para manter a saúde mental. Morando no Rio de Janeiro há sete anos, o lançamento na Lapa o faz lembrar onde aos 18 anos circulou pela movimentação dos bares “vendendo poesias em troca de cerveja”.

Seu novo trabalho, que escreveu dentro de uma clínica psiquiátrica, só teve fechamento após um ano, quando fez a escolha dos 15 poemas entre muitos. Retrata a sua instabilidade de humor, já que sofre de bipolaridade e da Síndrome Borderline. “Foi o meu pedido de socorro, pedido de ajuda em um mês internado e com muita introspecção. É um livro obscuro, mas que pode servir de experiência para outros jovens que passam por problemas psiquiátricos.”

O garoto apaixonado por cinema, se envolveu com droga e bebida que o levaram nove vezes às clínicas psiquiátricas, o tal “precipício” que ele assim denomina essa época. Com tudo isso, o filho caçula com a ajuda da mãe Shirley diz que “chegou a hora da virada”. Ele descobriu a fantasia de ser muitos em apenas um corpo, uma mente, uma só escrita. Sim, a literatura o faz perceber a verdadeira sanidade mental quando o inspira a usar sem dores todo seu cenário real.

A sinopse de “Para todos os corações selvagens”, que também é título de uma poesia, dá o tom da obra como se fosse um roteiro romanceado num livro de 68 páginas. Mas são os poemas que em grupo formam esse “romance imaginário.

“Nos mistérios do mundo: uma freira e sua solicitude alegórica. Uma tarde de verão com vinho e queijo, uma melancolia intragável, porém bela. Uma clínica psiquiátrica para doentes mentais e a visão de um castelo das redondezas. Pode ser ruim, sim, mas é o que tenho e se tenho um coração selvagem é porque vou fundo e a intensidade de meus dias são amalgamáveis. Cores raras, taciturno, não há mais predileção pelo bárbaro e a freira assiste caída no pódio, não haverá mais sacrifício. O livro é assim, um recorte, uma diligencia, um alarde, leia-o compenetrado, sabendo que fantasmas sempre serão do passado e sua vida depende disso.”

“A noite de Rachel e outros contos” é o primeiro livro de João Pires da Gama, que escreve desde menino. Passou bom tempo saindo e entrando em clinicas psiquiátricas para descobrir que ninguém é normal de perto. É um “louco”, mas disso todo mundo tem um pouco. Um louco que consegue extrair de sua própria loucura alguns tesouros na escrita, onde vive e morre todos os dia.

O escritor é bem lúcido e consciente de que pode precisar de cuidados médicos a qualquer hora. Se precisar, ele mesmo pede a mãe para interná-lo. Mas isso há tempos não acontece com o reforço da escrita e de outros agitos como a luta pelo Movimento LGBT e também psiquiátrico.

_ Quero mostrar com o meu trabalho que a escrita realmente salva e é um bom medicamento. Vejo que a tragédia social brasileira é a falta da escrita – acredita o escritor.

Serviço
Lançamento: “Para todos os corações selvagens” (Editora Multifoco) , livro de João Pires da Gama. Recitação de poesias.
Dia: 25/4, quarta-feira, 18h, Noite de Poesias – Entrada franca
Local: Multifoco Bistrô (Rua Mem de Sá, nº 126 – Centro · RJ)

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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