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Em um Mundo Interior: O estado de ser do autismo

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Por Tarso Sá Freire

O documentário dirigido por Mariana Pamplona e Flávio Frederico acompanha sete crianças que possuem o Transtornos do Espectro do Autismo. O autismo é uma desordem neurológica com características como: incapacidade de comunicação, incompreensão das próprias emoções, indiferenciação de pessoas com objetos, entre outros variando com o quadro do espectro.

A dificuldade de comunicação é um dos fatores mais comuns entre autistas, 30% dos deles não falam, nem oralmente ou por outra forma de linguagem. Roberto, um menino de 10 que reside em Recife (PE), possui um quadro que o faz infligir dor a si mesmo. Ou seja, ele se golpeia na cabeça com os punhos, ou a batendo na parede. A falta de comunicação por parte dele cria uma dúvida em saber se ele não sente dor ou se ele não identifica a dor como os outros.

Outra características do espectro autista é a presença de comportamentos ritualístico, repetitivos, e extremamente sistemáticos. O jovem Eric Rasmussen, 18 anos, filho do biólogo Richard Rasmussen, já é um autista com um bom “rendimento”. Isto é, ele é capaz de fazer atividades sozinho. Ir para compromissos, viagens, participar de peças de teatro e por ai vai. Porém, a quebra dessa rotina cria certa irritabilidade.

Além, de acompanhar os jovens, os diretores também dão voz aos profissionais de saúde que acompanham cada criança, dando seu parecer sobre este distúrbio. Se destaca muito que o autista necessita de estímulos sensoriais constantes para ajudar na expressão e no desenvolvimento sensorial por parte do cérebro também. Todos os profissionais deixam claro que por mais que existam casos similares, nenhum autista é igual ao outro, todos os casos são únicos.

Além de um grande senso informativo, o filme possui também um lado mais emocional com uma certa beleza. Ele tenta desmistificar o estereótipo e trazer um olhar mais humano as crianças. Mostrando suas qualidades, gentilezas e momentos puramente seus. Contando também com uma edição de montagem muito bem feito. Cada caso tem seu momento, sua história, e sua superação.

Se demonstra também que ainda há um lado de desespero das famílias. Receio do uso de medicamentos, da ida dos filhos escola (por mais que seja necessária para ajudar a melhora de interação). Casos que a família não sabe o fazer, e chegam a até prender um filho por anos no que muitos considerariam uma jaula. Não por crueldade, mas desespero de não saber o que filho tem realmente como ajuda-lo.

Os parentes possuem quase que exclusivamente o foco narrativo, pois o foco de câmera é inteiramente das crianças. Este filme é deles, por eles e para eles. São únicos, assim como todo ser humano é.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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