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BUSCANDO…: Um suspense de respeito

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O cinema, desde a sua criação, tem sido um dos responsáveis por refletir uma época, suas vontades, seus estilos e seus receios. Assim, como, finalmente, o mundo parece estar convivendo com os avanços tecnológicos que pareciam absurdos nos filmes de ficção-científica de algumas décadas atrás em uma reação quase simbiótica, é claro que, logo, surgiriam muitas produções que colocassem a tecnologia em foco, quase como um personagem – vide “Black Mirror”.

E este é o caso do longa de suspense Buscando…, produzido por Timur Bekmanbetov – também responsável por Amizade Desfeita, o qual tem um proposta até bem similar ao do atual lançamento. Enquanto a produção anterior seguia mais pelo campo do terror e se passava em uma tela de computador onde as personagens interagiam por meio de chats virtuais, esta nova produção, que envereda pelos caminhos do suspense, também possui as mesmas características visuais – sendo visto a partir de uma tela -, porém, a nova empreitada se sai melhor do que o seu antecessor ao desenvolver sua proposta.

Dirigido por Aneesh Chaganty – que realiza seu debut no cinema e também é responsável pelo roteiro ­-, Buscando... conta a história de David Kim (John Cho), um homem que cria a filha, Margot (Michelle La), de 16 anos, sozinho após a morte da esposa. Quando a jovem desaparece misteriosamente, o pai começa a procurar dor informações no computador dela a fim de seguir suas pegadas digitais. A premissa em si é bastante simples, o toque especial está em como a história é desenvolvida.

Logo na abertura da filme, o background da família é mostrada por meio de uma retrospectiva tecnológica desde a época do Windows 95 até os dias de hoje, o que já serve para estabelecer um tom para o longa, de forma que o espectador já começa a se acostumar com a linguagem da produção – o que foi uma ótima decisão do diretor. Outro acerto de Buscando… foi exatamente o erro de Amizade Desfeita, onde a visão fica muito tempo presa às telas de computador, o que deixa a trama visualmente cansativa; aqui, são utilizados os dispositivos móveis também, além de um bom uso de troca de mensagens, o que torna a trama mais dinâmica.

Além disso, o roteiro também é muito eficiente, entregando o que promete no trailer: um ótimo suspense; há muita tensão e plot twists. E este fator é somado às atuações competentes de John Cho – que consegue vender muito bem a história do pai desesperado com o desaparecimento da filha adolescente – e Debra Messing, que, no papel da detetive Rosemary Vick, não lembra em nada o sua personagem mais famosa, da série de comédia “Will & Grace”, e mostra que pode carregar papeis mais sérios.

Assim, Buscando… acaba por cumprir a missão que Amizade Desfeita não conseguiu. É uma produção que entrega o que promete, sendo um suspense sagaz e acima da média da maioria das produções do gênero que têm sido lançadas nos últimos tempos, o que rendeu muitos comentários positivos nos festivais de cinema por onde passou antes de seu lançamento comercial. E todos estes elogios foram merecidos, pois, apesar de o estilo não ser exatamente original, esta é a primeira vez que é feito de forma bem-sucedida desde aquele famoso episódio de “Moderny Family” – lembrando que a sitcom se sai bem em um episódio de cerca de vinte minutos, e Buscando… o faz ao longo de uma hora e quarenta minutos.

 

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