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Obra de Henry James é tema de debate na Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro

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A trama concebida por Henry James (1843-1916) em seu último romance (“The Golden Bowl”) é o tema da próxima sessão do ciclo “Henry James no cinema”, promovido pela Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro (SBPRJ). A história foi levada às telas no ano 2000 pelo cineasta James Ivory, recentemente premiado com o Oscar de roteiro adaptado por “Me chame pelo seu nome”. Nunca exibido em circuito comercial no Brasil, “A Taça de Ouro” será visto na SBPRJ, no dia 26, às 19h, seguido de comentários de Marcela Oliveira, professora de Filosofia da PUC-RJ e de cursos livres de Literatura, e debate coordenado pelo psicanalista e crítico de Cinema Luiz Fenando Gallego.

“A Taça de Ouro” se passa em parte na Itália, mas principalmente na Inglaterra, bem no início do século XX. O primeiro bilionário americano, colecionador de obras de arte, Adam Verver (Nick Nolte), viúvo há tempos, viaja pela Europa acompanhado de sua filha única, Maggie (Kate Beckinsale). Firmando residência em Londres, tornam-se amigos de uma socialite casamenteira (Anjelica Huston) que aproximara Maggie de Amerigo (Jeremy Northam), um príncipe italiano de antiga linhagem nobre, mas agora praticamente sem dinheiro.

O príncipe conquista a jovem, futura herdeira de uma fortuna incalculável. Sentindo-se culpada por talvez vir a dar menos atenção ao pai depois de casada, Maggie estimula que ele se case com sua melhor amiga, Charlotte (Uma Thurman), outra jovem americana que frequentava as altas rodas, mas, como Amerigo, sem um níquel. Entretanto, havia um segredo, revelado logo no início do filme: Charlotte e Amerigo foram amantes, tendo rompido porque ele não se casaria com uma moça sem posição econômica confortável. A transformação de Amerigo em “genro” de Charlotte, com o temor de que a paixão anterior retornasse, provocará enorme incômodo para a socialite que havia aproximado Maggie do príncipe, sabedora de que eles haviam tido um caso, fato ignorado por Maggie e seu pai.

Sobre a trama de “A Taça de Ouro”, o psicanalista Luiz Fernando Gallego indaga: “São atuações neuróticas numa trama de traços incestuosos ou chegam a ser atuações perversas numa trama de traços incestuosos? Ainda consideramos que neurose e perversão seriam duas faces de uma mesma moeda? É de moeda mesmo que estamos falando?” – e acrescenta: sob as melhores aparências de educação, polidez, luxo e cultura clássica é que se passa a intrincada história concebida por Henry James.

Para a professora Marcela Oliveira, “da imagem do cálice de ouro à relação entre pai e filha, a trama aborda a dimensão humana da falha. Formulada já na tragédia grega pelo encontro do humano com o divino, a experiência da falha mostra que o que está vivo não é perfeito e está sujeito à rachadura, seja na taça de ouro seja na felicidade no casamento.”

O filme tem duração de 2h10m e classificação de 16 anos. A entrada para o filme é gratuita. Será cobrada taxa de R$ 20 apenas para os que pretenderem ficar para assistir a palestra seguida de debate. As inscrições e reservas devem ser feitas previamente pelo e-mail sbprj@sbprj.org.br ou pelos telefones (21) 2537-1333 e 2537-1115. A reserva é válida até 10 minutos antes do início da sessão que será às 19:00 pontualmente. A SBPRJ fica na Rua David Campista, 80, no Humaitá.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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