Meu Querido Filho: Mohamed Ben Attia retrata a relação familiar, na Tunísia

 Riadh está prestes a se aposenta do trabalho de operador do porto de Tunis. Casado com Nazli, ele leva a vida em torno do único filho, Sami, que está se preparando para vestibular. Mas as rotineiras crises de enxaqueca do filho deixam Riadh e Nazli sempre em alerta. Quando tudo parece estar melhor, Sami desaparece de repente.

Mohamed Ben Attia retrata a relação super protetora de um pai com seu filho único. Porém, Riadh não vê de fato quem seu filho é. A relação entre pai e filho praticamente não existe, não há diálogos sobre seu futuro, seus dilemas, suas questões. Meu Querido Filho é um filme cinzento por natureza, Riadh é o provedor da casa, mas é incapaz de se relacionar com a família, socialmente. É um homem cheio de inseguranças familiares.

A co-produção tunisiana, belga e francesa traz um retrato cultural do posicionamento entre provedor e pai. É natural que ambos se complementem, porém aqui, não. O diretor e roteirista do filme, Mohamed Ben Attia compila a relação familiar pelo vazio dos diálogos e silencio das relações. Meu Querido Filho é um filme cheio de ausência no seu enredo. A trama enriquece pela reflexão sobre o terrorismo, mas impede a criação de laços entre o espectador  e seus personagens.