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Suspense “Não Olhe” perde a oportunidade ser algo mais

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Uma das ótimas características que o cinema tem é a capacidade de nos surpreender e, quando a surpresa é positiva, melhor ainda. Não que o filme em questão seja maravilhoso, longe disso, mas não deixa de tornar a experiência de assistir ao suspense Não Olhe no mínimo interessante.

O filme se passa em uma cidade fria do Canadá onde acompanhamos Maria, uma adolescente com sérios problemas de aceitação, alienada, muito por causa de sua criação, onde a omissão dos pais neste caso fica evidente e a fez adquirir um bloqueio para amizades e relacionamentos em geral, a única ‘’amizade’’ é de uma garota do colégio que não se cansa em jogar sua sensualidade e como sou desejada pelos meninos na cara de Maria.

A de notar esse cuidado que o diretor tem em nos apresentar esse quadro de pseudo depressão da personagem, ajudado por uma fotografia azul meio acinzentada, dada a solidão do lugar e obviamente do conflito interno que Maria vive há anos. Essa condução disparada é a melhor coisa do filme, já que com certeza já passamos ou conhecemos alguém com esse tipo de problema e a dificuldade de se lutar com isso sem uma ajuda profissional.

Porém o filme da uma virada o que não é spoiler, esta no trailer, em certo momento de solidão e de desespero, Maria começa a interagir com seu reflexo no espelho chamado Airam ( Maria ao contratrio ) onde sua personalidade é exatamente tudo que nossa personagem gostaria ou tentou ser a vida toda, independente, focada, com a sexualidade bem definida, sem medo de encarar a vida. Esse contexto psicológico como falei, é muito bem abordado no filme, trazendo questões bem interessantes para composição da personagem.

E engraçado que quando Maria troca de lugar com Airam e fica presa no espelho, a chance de consertar muita coisa e se libertar como ser humano fica evidente, e na verdade o roteiro nesse ponto tinha tudo para brilhar já que a protagonista India Eisley da um verdadeiro show trazendo duas personagens completamente diferentes em uma mesma pessoa. Uma pena que a historia passa a ser um clichê de vingança, onde as consequências dos atos ficam cada vez mais complicadas de se aceitar e é nessa hora que o roteiro prefere não dar soluções, pelo contrario acaba com elas dando fim ao filme.

Não Olhe na verdade é um thriller psicológico bem interessante mesmo, colocando a sexualidade reprimida, a rejeição, solidão como objeto de discussão, e isso é ótimo, mas que em um determinado momento vira um terrorzinho barato com situações que já vimos inúmeras vezes no cinema, e mesmo com uma cena final grandiosa que com certeza sucinta questões bem interessantes, seu roteiro que prefere optar pelo obvio jogou fora a chance de um belo filme.

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