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OSB faz concerto em homenagem às mulheres, no Theatro Municipal

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A Orquestra Sinfônica Brasileira irá homenagear as mulheres no concerto de abertura da Série em Foco, dia 26 de março, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Cinco grandes compositoras do século XVIII e XIX terão suas obras no programa e a regência ficará a cargo da maestrina Priscila Bomfim, que fará sua estreia à frente do grupo. A OSB conta com a Lei Rouanet e tem a NTS como mantenedora, Vale, Brookfield e Eneva como patrocinadoras.

Com o objetivo de levar ao público uma celebração da diversidade, a Série Em Foco terá seu primeiro concerto dedicado às mulheres. Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março, a OSB levará ao palco do Theatro Municipal um recorte com obras de compositoras do século XVIII e XIX. Pouco executadas por orquestras ao redor do mundo, três peças do programa serão tocadas pela primeira vez no Brasil – a Sinfonia nº 3, de Louise Farrenc; a abertura da ópera The Boatswain’s Mate, de Ethel Smyth; e a Sinfonia em dó maior, de Marianna Martines. “A excelente qualidade artística do trabalho dessas compositoras nos faz questionar por que suas músicas não são mais executadas tanto no Brasil quanto no exterior” – pontua Pablo Castellar, Diretor Artístico da OSB.

No comando da orquestra estará, pela primeira vez, Priscila Bomfim. Dona de uma destacada carreira como pianista, Priscila vem se consolidando como maestrina nos últimos anos. Para ela, estar à frente da OSB significa um momento de grande honra e responsabilidade em sua trajetória. “A Orquestra Sinfônica Brasileira sempre foi, para mim, uma referência musical e cultural, não só para a cidade do Rio de Janeiro, como para o país” – afirma. A maestrina acredita que este concerto tem uma importância ímpar no cenário musical, por apresentar ao público obras pouco conhecidas e executadas, todas compostas por mulheres: “Tenho certeza de que minha participação neste concerto, bem como a escolha do repertório, representa o desejo de reconhecer e colocar em evidência a relevante contribuição da mulher nas artes, na música e nos diversos setores da sociedade”.

Compositoras homenageadas estavam à frente de seu tempo

Em comum, as compositoras cujas obras serão apresentadas no programa têm, além do evidente virtuosismo artístico, o fato de terem extrapolado os limites impostos às mulheres de sua época. Abrindo o concerto, duas valsas de Chiquinha Gonzaga, dedicadas ao maestro Carlos Gomes: Saudade e Carlos Gomes. Compositora e instrumentista carioca, nascida em 1847, foi a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. Também é conhecida por ter sido a primeira pianista “chorona”, (musicista de choro) e autora da primeira marcha carnavalesca com letra (“Ó Abre Alas”, 1899). Ao todo, compôs músicas para 77 peças teatrais, tendo sido autora de cerca de duas mil composições em gêneros variados.

Na sequência, a Sinfonia em Dó maior da compositora austríaca Marianna Martines, cantora, pianista e compositora do período clássico, nascida em 1744. Conhecida por sua linda voz e domínio dos teclados, se apresentava com frequência para a imperatriz Maria Thereza, da Áustria. Embora suas composições tenham sido muito bem recebidas na época – chegando a influenciar compositores como Mozart – Marianna Martines nunca chegou a postular um cargo na corte como compositora, pois para a sociedade da época, esse não era um trabalho bem visto para uma mulher de sua condição social.

Dando prosseguimento ao programa, uma peça da compositora britânica Ethel Smyth: a abertura da ópera The Boatswain’s Mate. Nascida em 1858, Ethel era filha de pai militar, que se opôs fortemente à sua aptidão artística. Ao longo de sua carreira, compôs cânticos, obras para piano, música de câmara, coros e óperas. Militante sufragista, compôs a March of the Women, que se tornou o hino do movimento.

Nascida em 1805, na Alemanha, Fanny Mendelssohn Hensel foi uma pianista e compositora, irmã do compositor Felix Mendelssohn. Recebeu aulas de música para ser amadora e não para se tornar profissional como seu irmão Felix. Mesmo assim, ela aprendeu com grande velocidade, tornando-se uma pianista extraordinária e começando a compor já desde a infância. Presa aos preconceitos da época, a própria família teve vergonha do fato de que Fanny queria ser compositora e não somente uma dona de casa em uma família tradicional da classe média alta. No concerto do dia 26, sua obra será representada pela Abertura em Dó Maior.

A Sinfonia No.3, op.36, em Sol Menor, da francesa Louise Farrenc, fecha o programa. Compositora, pianista virtuosa e professora francesa nascida em 1804, desfrutou de uma reputação considerável em vida. Começou a estudar piano ainda muito jovem e, devido ao talento que mostrou como compositora, seus pais decidiram deixá-la, aos quinze anos, estudar composição com Anton Reicha, o professor de composição do Conservatório de Paris. Isso numa época em que aulas de composição eram abertas apenas para os homens.

SERVIÇO:
OSB – Série em Foco – “Mulheres na Música – Grandes Compositoras do século XVIII e XIX”
Priscila Bomfim, Regente
Dia 26 de março de 2018 (terça-feira), às 20h
Local: Theatro Municipal do Rio de Janeiro (Praça Floriano, s/nº – Cinelândia/Centro – Rio de Janeiro)

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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