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Arrigo Barnabé traz o show inédito “Quero que Vá tudo Pro Inferno” ao Clube Manouche

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Depois de “Caixa de Ódio”, um mergulho no universo das canções Lupicínio Rodrigues, agora Arrigo Barnabé interpreta Roberto Carlos e Erasmo Carlos em seu novo show “Quero que Vá Tudo pro Inferno!” que ele apresenta pela primeira vez na cidade, no Clube Manouche nos dias 08 e 09 de maio.

Acompanhado pelos músicos Paulo Braga, no piano, e Sérgio Espíndola, no violão, Arrigo reinterpreta as canções de Roberto e Erasmo de um modo novo, original e cuidadoso: inova mantendo e realçando o sentido original delas. Partindo do sentido das canções, Arrigo traz a jovem guarda à tona, recriando estas canções que habitam nosso imaginário, com outros tons.

A admiração de Arrigo pelo rei vem desde sua juventude e nasceu quase ao mesmo tempo em que seu interesse e entusiasmo pela canção popular brasileira. Arrigo conta que morava em Londrina, sua cidade natal, estava trabalhando e havia juntado um dinheiro que dava para comprar apenas um LP. Na loja de discos, hesitou um pouco entre dois discos: “O Fino da Bossa”, com Elis Regina e Jair Rodrigues, e o LP de Roberto Carlos “Quero que Vá Tudo para o Inferno”. Mas Arrigo não resistiu e se rendeu ao rei.

A versão de Arrigo para esta canção é original: mudando a rítmica de quatro por quatro para o compasso de cinco por quatro, a instabilidade se instaura neste rock da jovem guarda, tingindo-o com as cores da vanguarda: estranhamento e aumento da força expressiva, provocados pela mudança de compasso, causa uma surpresa que desperta a atenção, criando assim uma nova leitura e audição da canção. Esse estranhamento acaba por potencializar o sentido da canção. Este mesmo procedimento, Arrigo usa em “Eu Te Darei o Céu Meu Bem”, tornando o céu menos tranquilo, mais infernal, pois, como diz ele, ”o céu e o inferno são os dois lados da mesma moeda”.

No show, a escolha do repertório transita entre canções acentuadamente românticas, líricas – “Como é Grande o Meu Amor por Você” (Roberto Carlos), “Gatinha Manhosa”, “Os Seus Botões”, “Eu Te Darei o Céu”, “Detalhes” –; canções irreverentes, inconformadas, mais agressivas – “Quero que Vá Tudo para o Inferno”, “Sua Estupidez”, “Se Você Pensa” (todas de Roberto Carlos/Erasmo Carlos), “Vem Quente que Eu estou Fervendo (Carlos Imperial/Eduardo Araújo) – e canções com um toque existencialista – “Sentado à Beira do Caminho e “As Curvas da Estrada de Santos” (ambas também de Roberto Carlos/Erasmo Carlos). Todas elas são dirigidas a um “você”, que é o ser amado, são declarações de amor, coloquiais, confessionais. A única que não é assim é “Força Estranha”, que fala do que motiva o cantor.

Nas canções de amor ternas, quase sussurradas, como “Gatinha Manhosa”, “Os seus Botões”, e a melancólica “Detalhes”, o canto de Arrigo é cool, sensível, o que lembra o canto de Chet Baker. Roberto Carlos, apesar do canto direto, às vezes quase falado, ainda faz uso moderado do vibrato, principalmente nos finais de frase, acentuando a carga emocional das canções. Já Arrigo, quando canta cool é mesmo um canto falado, baixinho, quase sussurrado. No show, o canto de Arrigo é tecido entre dois opostos, o canto rouco, rasgado, agressivo, irônico e canto doce, cool, confidencial, direto, que dialogam entre si, dando a tecendo a sua interpretação.

Alguns temas são citados nos arranjos das canções: “My Funny Valentine” é citada em “Sua Estupidez”, “Eu Sonhei que Tu Estavas Tão Linda” e em “Gatinha Manhosa”, “Piel Canela” em “Seus Botões” e “Um Homem e Uma Mulher” e “Samba da Benção em “Detalhes”. E duas canções irreverentes diante do amor não correspondido contrastam com o clima predominantemente romântico das canções e servem de contraponto a estes fragmentos do discurso amoroso da jovem guarda interpretados por Arrigo: “Pode Vir Quente que Eu Estou Fervendo” e “Se Você Pensa”.

Arrigo também traz duas canções que Caetano Veloso fez para Roberto – “Como Dois e Dois” e “Força Estranha” –, as duas tocadas em guarânia, o que faz com que soem diferentes e despertem nossa escuta, criando um diálogo sutil entre a letra, um poema moderno e filosófico, e a forma musical, mais tradicional, ingênua, espontânea.

Serviço
Arrigo Barnabé – Quero que Vá Tudo pro Inferno
Local: Clube Manouche/Casa Camolese (Rua Jardim Botânico, 983, Jardim Botânico)
Data e horário: 08 e 09 de maio, quarta e quinta, 21h
Ingressos: www.eventim.com.br
Classificação: 18 anos

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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