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Hellboy: Reboot do investigador paranormal traz ritmo acelerado

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Em 2004, o premiado diretor Guilhermo Del Toro realizou a primeira adaptação da série de quadrinhos criada por Mike Mignola, que apesar de não ser um filme excelente,  Del Toro teve cuidado em criar em suas obras. Além disso o elenco todo é muito carismático, que conta com Ron Perlman, John Hurt, Selma Blair, por exemplo. Este foca no primeiro arco dos quadrinhos, lançados pela editora Dark Horse, chamados “Sementes da Destruição”.

O reboot, desta vez com a direção de Neil Marshall, traz uma trama adaptada das aventuras mais recentes de Hellboy (David Harbour), que seriam “Caçada Selvagem, e Tormenta e Fúria”. Neste desafio, a B.P.D.P. (Bureau de Pesquisa e Defesa Paranormal) precisa impedir o retorno de Nimue, uma feiticeira da era Arturiana, derrotada pelo próprio Rei Arthur. Cabe a Hellboy destruí-la usando o poder da lendária Excalibur.

O maior problema do filme é que ele tem um ritmo muito acelerado para seu estilo, a trama mitológica exigia tempo para dar peso nas ações, nos flashbacks, e até nas lutas. Mas tudo é tão corrido, logo no primeiro ato se muda de locações tantas vezes que fica muito confuso. Por conta dessa correria as piadas perdem o ritmo também. O roteiro assinado por Andrew Cosby e pelo próprio Mignola, não tem problemas em si, porque é realmente muito fiel ao material original, por conta desse ritmo frenético não há um desenvolvimento que seja aceitável, tudo jogado com mil referências que, para grande maioria do público, não tem pé nem cabeça. Além disso tudo, que já é muita coisa, o longa tem problemas técnicos nos efeitos de CGI, que são horríveis, toscos até. Sem falar nas cenas que viram um banho de sangue inteiramente desnecessário. E também nos efeitos práticos, já que a maquiagem de Harbour parecia estar derretendo em algumas cenas, e o restante parecia muito plástico.

Não posso esquecer de citar a seleção infeliz de músicas completamente genéricas na trilha sonora, elas duram alguns segundos berrando de tão altas, e que não combinavam em nada com o filme em si.

Nas atuações, deixando todos os fatos já relatados de lado, é necessário separar o joio do trigo. A vilã, Nimue, feita por Milla Jovovich, não transmite o que deveria ser, um bruxa de mais 1500 anos de idade que precisava de falas impactantes, poderosas de verdade. Já Harbour fez um atrapalho até razoável, o que atrapalhou mesmo foi a personalidade que roteiro criou para o personagem de Hellboy, ele é chato, boto até. O trigo deste elenco se resume a Ian Mcshane, que faz um personagem quase idêntico ao seu na série American Gods; Sasha Lane, que apesar de tudo consegue no limite ter um ritmo cômico, ainda assim fraco. A melhor figura do filme é a bruxa russa, Baba Yaga, em sua forma grotesca com dentes de ferro, pernas de madeira em seu castelo andante. Todas as aparições da personagem são os pontos positivos do longa todo.

É claro que o diretor quis fazer uma obra inspirada no estilo dos longas da Marvel, falhando miseravelmente no processo. Ele até arrisca duas cenas pós créditos, uma cômica e outra que sugere uma continuação, contudo elas também são apressadas, ficando jogadas na tela sem importância.

 

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