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Antofágica resgata edição rara de Machado de Assis

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“Memórias Póstumas de Brás Cubas” ganha nova vida acompanhado de 88 ilustrações de Candido Portinari, um dos maiores artistas plásticos do nosso país, feitas na década de 1940, para uma edição particular de 400 exemplares, encomendada pela sociedade dos bibliófilos do Brasil. Atualmente, uma edição fac-similar àquela, reeditada em 1973, é vendida por mais de R$ 4.000,00 e a Antofágica agora leva essa obra artística ao grande público.

O relançamento chega em momento muito oportuno já que Machado de Assis tem sido pauta constante, especialmente pelo projeto “Machado de Assis Real”, da Faculdade Zumbi dos Palmares, criado para corrigir o racismo na literatura brasileira que, ao longo dos anos, embranqueceu o escritor. O site do projeto disponibiliza para download uma foto de Machado com o seu tom de pele real. A ideia é que o público o reconheça como negro e que as editoras incorporem esta imagem em seus livros. A edição da Antofágica já traz a foto atualizada.

As ilustrações de Portinari e o fiel retrato do autor não são a única novidade da edição. Rogério Fernandes dos Santos, especialista na obra machadiana, colaborou com notas exclusivas e posfácio, Isabella Lubrano, do Ler Antes de Morrer – um dos maiores canais de literatura do Youtube – , foi responsável pela apresentação do livro e João Candido Portinari, diretor do Projeto Portinari, filho de Candido Portinari assina um texto em que fala sobre a importância em resgatar uma obra como Memórias Póstumas, em um projeto único como o que a Antofágica apresenta.

“Esta publicação, que traduz um belíssimo diálogo entre literatura e arte, representa uma grande oportunidade para o grande público, especialmente para as novas gerações conhecerem uma obra exemplar que une dois grandes nomes da cultura brasileira.”
Outra contribuição valiosa desta edição é a de Ale Santos (@savagefiction), que fez um perfil do autor traçando uma análise do Brasil no século XIX, que com toda complexidade de sua história – principalmente a construção da noção racial que recaía não apenas sobre o escritor mas sobre todos os afrodescendentes da época – foi responsável por fazer nascer um dos maiores nomes da literatura brasileira. Ale Santos resgata as raízes de Machado de Assis, desde seu nascimento, influências, estudo, crescimento de seu discurso antiescravagista e ainda enaltece o discernimento de Machado na época, que “compreendia claramente algo que até hoje muita gente não percebe: a abolição não significou o fim do racismo”.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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