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Sony Music comemora o centenário de Jackson do Pandeiro

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Por: Rodrigo Faour

Jackson do Pandeiro foi e continua sendo uma escola dentro da música brasileira. Fato é que seu legado a cada ano fica mais forte. Todos não cansam de se deliciar com as impressionantes divisões rítmicas de seu canto e seu pandeiro, pelas quais ganhou a alcunha de “O Rei do Ritmo”, e pelas letras simples, mas muito bem feitas, que alternavam ingenuidade e malícia. O que poucos sabem é que foi também um dos artistas mais humildes de sua época, que tanto poderia brilhar sozinho num grande palco ou como um anônimo percussionista de estúdio em discos alheios. Seu centenário será celebrado no próximo dia 31 de agosto, e é uma data mais do que significativa para que o marketing estratégico da Sony Music Brasil dê prosseguimento ao projeto de digitalização de seu catálogo. Restaurando tapes analógicos e projetos gráficos originais de seus antigos vinis, disponibilizarão nas plataformas de streaming a partir da véspera de seu aniversário, sexta-feira, dia 30, seis álbuns de carreira do cantor, uma coletânea e uma playlist especial.

São eles o compacto duplo “Nortista quatrocentão” (1958), no qual lançou o clássico “Tum, tum, tum” (“No tempo que eu era só/ E não tinha amor nenhum/ Meu coração batia mansinho/ Tum, tum tum”), um disco de 78 rpm (de duas faixas, gravado em 1959), com “Lágrimas” (um samba de sucesso no carnaval de 1960) e outro samba raro, “De Araraê”, além dos LPs “Jackson do Pandeiro é sucesso” (1967), “O dono do forró” (1971), “Sina de cigarra” (1972) e “Tem mulher tô lá” (1973), dos quais a que entrou para a galeria de clássicos do artista foi a faixa-título do álbum de 72: “Nasci com uma sina de cigarra/ Aonde eu chegar tem farra”.

Este tesouro que agora chega às plataformas digitais redescobre uma gama de forrós deliciosos que ficaram perdidos no tempo, somando-se a outros que já estavam disponibilizados, como o álbum “Jackson do Pandeiro” (1958), no qual lançou os clássicos “Chiclete com banana”, “Cantiga do sapo”, “Casaca de couro” e “Baião do bambolê”, e as coletâneas “O melhor de Jackson do Pandeiro” (1962) e “Casaca de couro – 14 grandes sucessos” (1995), todos do catálogo da Sony Music. Completam o pacote mais uma coletânea, “Os grandes sucessos de Jackson do Pandeiro” (1975) e playlist comemorativa “Jackson do Pandeiro – Forrozeiro do Brasil”, trazendo sucessos e relíquias de seu repertório.

Entre as raridades dessa leva, temos os forrós “Balanço de Maria”, “Forró em Campina” (exaltando a cidade de Campina Grande de sua mocidade, onde aprendeu a “tocar pandeiro nos forrós de lá”), “Sereno cai”, “Catirina” e “Quero sambar” (porque “sambar” também já foi um sinônimo de “forrozar”); o samba de roda “Eu e Dona Maria”, o coco “Coração velho”, muito atual, discorrendo sobre sua paixão por todos os estados nordestinos; outros números pitorescos, como “O pracinha”, sobre um jovem brasileiro que foi servir na Segunda Guerra e voltou vivo para contar a historia; um de temática rural, “O lavrador”, que louva o trabalho no campo após o período de seca (“Te prepara lavrador que tá na hora de plantar”); além da marcha “O bom torcedor”, que enumera seus times preferidos em cada parte do país.

Soma-se a essas, canções engraçadas e críticas: os xotes “Mania de mangar”, “Tem mulher, tô lá” (“Se tiver de escolher a mulher ou o dinheiro/ É mulher que eu vou querer”) e “Nem vem que não tem” (“Pois eu não sou saco de carga pras mentiras de ninguém”); o rojão “Puxa saco”; os cocos “Pacato cidadão”, sobre um sujeito calmo até que pisem no seu calo e “Marieta” (“Nem que o diabo arranque o rabo/ Eu não deixo a minha preta”); o gaiato xote “Xarope de amendoim”, revelando um antídoto contra a impotência masculina; o xote “Cachimbo chato”, pivô de uma hilariante briga conjugal, e o forró “Chico chora” (“A mulher foi fazer compras/ Não voltou até agora/ Por isso é que Chico chora”).

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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