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Carcereiros denuncia a relação com o Estado

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Carcereiros, baseado em um livro de Dráuzio Varella e que se tornou uma série pela globoplay, fala sobre a vida dos agentes penitenciários e no dia-a-dia das prisões no Brasil. Guerra de facções, tráfico de drogas, descaso do Estado, tudo isso é abordado nas obras em questão que falam, principalmente, sobre como é viver em uma terra praticamente considerada sem lei ou no que eles dizem ser “o mais próximo do inferno”.

Agora, com a obra sendo adaptada para os cinemas, temos como ponto de partida a história de Adriano, um agente penitenciário que, durante uma noite, recebe a tarefa de cuidar de um preso “especial” que está de passagem: um terrorista que explodiu uma escola na Europa. Com os condenados da prisão divididos por uma briga de facção e agentes secretos querendo a morte do presidiário, Adriano tem que proteger o novo “hóspede” enquanto luta pela própria sobrevivência numa cadeia fora do controle.

Nos primeiros cinco minutos de filme já conseguimos sentir uma clara crítica ao governo, quando mostra Adriano em uma sessão de terapia, falando sobre os traumas que acabou adquirindo trabalhando no sistema carcerário e como o Estado demorou a oferecer algum tipo de ajuda psicológica. Além disso, o primeiro ato do filme fala sobre a rotina na prisão, a falta de recursos, a falta de preparo de alguns carcereiros para com os presos, a divisão em classe social dentro da própria penitenciária e a diferença nos tratamentos. O filme começa já mostrando porque foi feito e para que foi feito, que é denunciar uma realidade que, normalmente, a sociedade fecha os olhos.

Ao longo da narrativa, Carcereiros apenas confirma seu objetivo, utilizando de plot-twists, uma enorme cena de conflito e vários outros padrões do gênero policial pré-estabelecido, o filme tenta ser crítico ao mesmo tempo que quer fortemente conquistar o grande público, querendo conquistar quase o mesmo lugar que foi dado a Tropa de Elite há 12 anos atrás.

Mesmo que, em alguns momentos, o filme falhe um pouco com a questão narrativa, estabelecendo alguns núcleos e deixando eles pra trás no desenvolvimento, priorizando mais uma violência estética e visual do que no roteiro propriamente dito, o filme consegue se manter firme ao seu objetivo inicial e a trazer pra obra sua questão principal. Além disso, o elenco de peso da um show nas telas, com destaque para as cenas finais, que pedem uma carga dramática mais elevada e que nos é entregue.

Carcereiros é atual e urgente, fala sobre o que a gente não gosta nem de pensar, sobre a parte da sociedade mais excluída, mais marginalizada e demonizada. Um filme que precisa, agora mais do que nunca, ser assistido e propagado. Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça.

 

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