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Duas Coroas: Cinebiografia do padre franciscano Maximiliano Kolbe

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Por Tatiane Alves

Mesclando documentário e ficção, os 90 minutos do longa biográfico da vida do padre franciscano Maximiliano Kolbe é pouco empolgante, mas revela particularidades, e não espere mais que isso.

Dirigido por Michael Kondrat, o filme tenta de alguma forma condensar toda a vida e obra sobre a figura de Maxiliano, cujo nome de batismo era Raimundo, que tornou-se padre em 1918, muito popular na Polônia, mas não é tão conhecido em outras partes do mundo.

Em alguns momentos pode ser que o espectador se perca no mar de informações. Contudo, é importante frisar que boa parte do filme se concentra na vida adulta do padre. Além disso, o próprio diretor entra em cena para contextualizar quem assiste.

Devoto de Virgem Maria e entusiasta da comunicação, Kolbe une as duas ideologias em 1922, fundando uma revista com o intuito de propagar o evangelho. A iniciativa foi tão bem sucedida que o padre conseguiu chegar até o Japão. Cena após cena, podemos ver uma narrativa crescente que tenta provar a genialidade do padre, sua empatia pelo próximo e sua vocação religiosa. Tudo como se o padre estivesse desde a tenra idade predestinado a ser santo. O carácter documental do longa casa com a ficção. Dando ao espectador uma progressão  lenta, repetitiva e sem surpresas.

Mas nem tudo é tão ruim. De fato, as passagens em que o padre demonstra amor ao próximo segue na linha de uma doutrinação religiosa eficaz, mas que se visto com olhos frios, nos permite refletir e perceber que o amor, este amor desinteressado e gratuito é cada vez mais escasso. Se você retirar o viés ideológico do longa, essas cenas aquecem o coração de quem assiste.

Em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, Kolbe é preso e passa a viver no campo de concentração de Auschwitz. Chegamos ao auge do filme. Momento em que numa demonstração de amor sobre-humana, o padre escolhe morrer no lugar de um preso chamado Franciszek Gajowniczec. Sobre este final, vale ressaltar, não é por acaso. Ele foi pensado para justamente transmitir uma mensagem. Afinal, para além da experiência imersiva provocada pelo cinema, a disputa de narrativas está aí. Sendo verdade verdadeira ou mentira bem contada, o fato é que a igreja já percebeu, é importante apostar no audiovisual como forma de doutrinação dos fiéis e não fiéis.

 

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