Vou Nadar Até Você: Bruna Marquezine protagoniza longa contemplativo

  Ophelia é uma jovem fotografa determinada que vive em aflição por não ter a presença do pai em sua vida. Mesmo a contra gosto de sua mãe,ela vai encontrar ao pai, e ela vai nadando até ele, literalmente, até Ubatuba. Ao mesmo tempo que Tedesco (Peter Ketnath), prepara um novo trabalho baseado em memórias, que acabam trazendo pensamentos sobre sua filha.

Esse é o primeiro longa protagonizado por Bruna, dirigido por Klaus Mitteldorf e Luciano Patrick, que trazem uma direção muito ligada a estética, ou seja, é muito visual e sensorial. O roteiro por tanto é, as vezes, deixado de lado. A câmera se perde em cenas intermináveis de Ophelia nadando ou andando, que são inclusive contemplativas, porém não contam a história, mostrando que o longa se perca em sua própria proposta.

Tudo na direção parece uma escolha estética, desde o elenco,quanto sonora e visual. A mixagem do som é muito bem feita, e a fotografia aproveita a luz da região litorânea de São Paulo.  A escolha estética do elenco se mostra real dentro da forma que a sensualidade de Bruna é filmada, mostrando seu corpo e curvas de forma sensual, mas nunca muito exposta. A ideia é expor a beleza do corpo feminino e da juventude sem apelar para o sexo.

Estando dito tudo isso, falemos das camadas que tem spoilers. O nome da personagem, Ophelia, é por conta da personagem de Shakespeare em Hamlet, a personagem do dramaturgo era uma princesa e amor do próprio Hamlet, que se suicida após a morte de seu pai. Neste filme, a personagem homônima não se suicida, mas as ações do seu pai causam a sua morte, tal como na peça. O personagem de Fernando Alves Pinto ao concretizar seu ódio contra Tedesco, recria o quadro A Morte de Ophelia de Sir John Everett Millais. Tal como a personagem de Shakespeare, a personagem de Bruna Marquezine apenas encontra o pai na morte.

Se o filme fosse um thriller um pouco mais clássico, com todas essas camadas ainda, com mais dinamismo teria sido um longa muito mais agradável. Vou Nadar Até Você não é um fracasso, porém se perde dentro de si mesmo, e assim acaba perdendo força.