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Roze Motta fala sobre o impacto do novo Coronavírus no Mercado da Moda

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Foto: Josué Lima / Divulgação

Stylist famosa do meio sertanejo, Roze trabalha na seleção de looks e formação de imagem visual de cantores como Chitão (da dupla ;Chitãozinho e Xororó), Fernando e Sorocaba, Zezé di Camargo e Luciano entre outros.

A profissional bateu um papo conosco a respeito do cenário mundial atual e os impactos que podem ser causados após a pandemia. Confira a entrevista!

Para começar, pode nos contar um pouco da sua trajetória e de como chegou até aqui?
Roze Motta – Sou formada em Direito, depois fiz moda. Acabei deixando o Direito de lado pois sempre gostei da parte criativa, de inventar, de criar. Sempre gostei muito de imagem e estilo, então acabei trabalhando com consultoria de moda. Hoje trabalho como Stylist de artistas do meio sertanejo, como por exemplo: Luciano (da dupla Zezé di Camargo e Luciano), Chitãozinho e Xororó, Fernando e Sorocaba, Thaeme e Thiago e alguns outros nomes.

Eu gosto muito de trabalhar com essa área pois consigo transmitir a imagem que a pessoa realmente necessita para aquele ambiente de trabalho e as vezes não consegue se comunicar através da sua imagem. expressar. Então, com a minha ajuda e com o nosso estudo, conseguimos passar realmente a imagem que ela necessita, que ela queira passar.

Muitas vezes o artista quer passar uma imagem pop, mas existe uma barreira ali! Então a gente vai se reinventando, vai mudando a cada temporada, a cada DVD e vai criando uma imagem nova, moderna e atual.

 O que você acredita que essa pandemia tenha trazido de novo para as pessoas e para o mercado artístico em geral?
Roze Motta – Acho que as pessoas estão mais voltadas ao digital e isso vai mudar muitas coisas, no cenário da moda, principalmente, como desfiles virtuais, apresentações de coleção, tudo através de canais de transmissão ao vivo como youtube e Instagram. As pessoas estão procurando mais isso. Tudo isso é voltado 100% a internet, isso é algo que pode mudar para sempre o cenário da moda e artístico.

Trabalho com alguns artistas que estão aproveitando esse tempo para escolher repertorio para DVD, criar e compor musicas novas. Eu acredito que esse tempo está sendo válido para esse mercado. Os artistas, tão ali, fazendo Lives que ajuda muito a driblar o tédio e criar uma conexão maior com os fãs.

 Ao seu ver, mesmo após o impacto global com o Coronavírus, as tendências que estávamos prevendo para as próximas temporadas continuam?
Roze Motta – Com certeza vão continuar, mesmo após esse impacto global do Corona. Tudo o que vinha sendo visto, principalmente na semana de moda internacional vai continuar sendo visto agora, apesar de a moda ser muito rápida vamos consumir essa tendência. Isso será de uma maneira mais lenta, pois o consumo será mais lento principalmente em áreas como moda. As pessoas vão cautelar de uma forma mais restrita.
Lembrando que a moda é muito rápida, em três meses já estamos vendo novas tendências e novas possibilidades. Acredito que as próximas semanas serão decisivas para vermos quais os impactos de tudo isso, afinal ainda não temos uma previsão certa de quanto tempo o corona vai durar, mas mesmo assim vamos consumir o que estava pronto e que vem para as próximas estações.

Com o cancelamento da SPFW, muitas marcas acabam perdendo visibilidade sazonal. Qual aspecto você acredita que seja mais prejudicial para as marcas com esse déficit?
Roze Motta – As pessoas não saem nesse período pensando em comprar e consumir, elas vão começar a ter um consumo mais consciente, vão frear mais os gastos, então obvio que o cancelamento da SPFW muitas marcas deixaram de apresentar suas coleções e elas deixam de exportar produto. O momento que o país e que o mundo se encontra é muito delicado, e claro que a gente vai enfrentar uma crise enorme que vai afetar todos os meios. No artístico, não adianta os shows voltarem e a população não ter condição de gastar com R$50,00, R$100,00 para comprar o ingresso.

As pessoas vão começar a ponderar todos esses gastos. Quem as vezes estava pensando em contratar um stylist, vai tentar frear gastos com tudo isso, então assim, é um momento extremamente delicado, é uma cadeia, é um ciclo, uma coisa vai influenciando a outra. Então, por mais que se tente se reinventar de alguma forma, através de Lives e cursos, tudo isso, a gente sabe que vai ser de uma maneira muito lenta. As pessoas vão pensar com mais cautela nos gastos.

 No mercado da moda, muitos profissionais trabalham como Freelancers sendo eles maquiadores, hair stylists, fotógrafos, fashion stylists entre outros. Nesse momento de quarentena, muitos precisam se reinventar profissionalmente para que sua renda continue entrando. Quais possibilidades você enxerga para esses profissionais?

Roze Motta – Esse é um momento bem angustiante, estamos preocupados com tudo isso afinal é uma cadeia e uma coisa leva a outra. Eu mesma tinha alguns projetos de DVD, que foram cancelados e sem previsão de data. Figurinos que já estavam sendo criados e estão parados, infelizmente é um momento delicado.

O que eu sugiro, o que eu penso, é que a gente se reinvente de alguma forma.Então, hoje estamos vendo que live está no top, todo mundo faz live, então vamos fazer isso também, criar algum curso de maquiagem, de fotografia, dicas, para a gente consegui de alguma forma se conectar com outras pessoas que também precisam. É uma maneira que a gente acaba driblando o tédio e ter uma vitrine para que trabalhos futuros aconteçam.

 Como você tem se reinventado durante esse período?
Roze Motta – Estou aproveitando esse tempo, agora, para conseguir me conectar com outros clientes virtualmente, apresentando meu trabalho. Vamos ter que diminuir valores, apresentar novos meios de trabalho, né, vamos se reinventar, apresentar projetos mais acessíveis. O momento é esse! No meu caso, criar novos vínculos, para a gente conseguir continuar no mercado. O momento é de correr atrás sem medo, porque, senão, a gente não vai dar conta de passar por essa situação.

 

Ela Andrade
Ela Andrade
Fashion designer, atua no mercado da moda desde os 15 anos, quando começou na carreira de modelo. Aos 18 anos, se mudou para Ásia e foi lá onde sua paixão e conexão com arte cresceu.

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