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Roberta Miranda fala sobre suas lives na quarentena e os 35 anos de carreira

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Cantora comenta a criação do Feminejo.

Foto: Paolo Martinelli

Roberta Miranda é, certamente, a eterna rainha do Sertanejo! A cantora, assim como outros artistas, vem realizando lives neste período de isolamento social com grande quantidade de acessos. Ela conta que sua quarentena tem sido um momento de dedicação a música, ao todo já foram quatro lives, cheio de clássicos de sua carreira e canções de outros artistas renomados, além da idealização de projetos futuros. Aliás, a última apresentação virtual #TeAbraçoComaMúsica foi realizada pelo YouTube no canal aberto Band, ficando entre os 10 vídeos em alta na plataforma.

Com sua voz marcante e canções que estão na memória de várias gerações, Roberta Miranda conta com uma carreira sólida de muita dedicação a música. Ao longo dos seus trinta e cinco anos, que completará em novembro, a cantora foi durante muito tempo uma das únicas mulheres no cenário sertanejo, servindo de exemplo para toda uma nova geração feminina que trilhou este caminho e hoje tem uma fatia grande no estilo.

Como tem sido sua quarentena e como você vê a repercussão de na sua primeira live ter tido mais de 800 mil acessos ao vivo? Aliás, como foi a experiência de realizar o “Arraial da Roberta” de forma virtual?
Roberta Miranda –  Tenho aproveitado essa quarentena para produzir. Já fizemos quatro lives e elas dão um trabalhão! (risos). São diversas reuniões on-line e até ensaios por videochamadas. A gente, literalmente, não para! Falando do nosso Arraial, ele foi maravilhoso! Amo o período das festas juninas! É uma época que tradicionalmente faço muitos shows e não poderia deixar de comemorar.

Roberta Miranda
Foto: Paolo Martinelli

Suas lives vem fazendo sucesso na quarentena, como é para você ter que lidar com esse contato mais distante fisicamente? É muito diferente do tradicional com o público?
Roberta Miranda –  Não é fácil estar longe do público e dos palcos. Meus fãs são tudo para mim, são, inegavelmente, meu oxigênio. Nesse sentido, acredito que as lives estão sendo fundamentais para diminuir um pouco essa distância. Já que não podemos nos abraçar, a gente ‘se abraça’ através da música.

Na live RHumores você cantou músicas como “mulher nova, bonita e carinhosa”, de Otacílio Batista e Zé Ramalho, “Pense em mim” de Leandro e Leonardo, “Nuvem de Lágrimas” de Chitãozinho e Xororó. Gostaria de saber como é o seu processo criativo de escolha do repertório? O que te influencia a cantar outros nomes?
Roberta Miranda – O Marcos Maynard, que é um excelente profissional da área e já foi presidente de gravadora, é meu diretor artístico e tem me ajudado muito nessas criações! Sou extremamente rigorosa e busco fazer o melhor que posso para o meu público. Nas duas lives mais recentes, a ideia foi mesmo ir além do repertório que os fãs estão acostumados a me ouvir cantar. Trabalhei por 14 anos como crooner em casas noturnas, por isso, passei por vários gêneros musicais, o que me dá liberdade para fazer essas misturas.

Você fará um show em drive-in, em breve, poderia contar um pouco mais sobre o projeto e quais os locais em que ocorrerão?
Roberta Miranda –  Sim, estamos com este projeto sendo formatado, estudando tudo com bastante critério para poder colocá-lo em prática. Recentemente, fizemos algumas visitas técnicas em locais que estão recebendo shows neste formato aqui em São Paulo para ver de perto e na prática como funciona. Aliás, estamos conversando também com alguns parceiros de outras regiões.

Você é a eterna Rainha do Sertanejo, que inspirou tanta gente ao longo destes anos, sendo uma das pioneiras dentre as mulheres no ramo, como vê a criação do feminejo e com que cantoras sertanejas dessa nova geração você mais se identifica?
Roberta Miranda – Vejo esse movimento com muito orgulho, pois sinto que tive um papel importante para que ele acontecesse, abrindo as fronteiras para essa nova geração que está aí. Sempre fui muito determinada e batalhei bastante para ter minha arte reconhecida, superando lutas e preconceitos num cenário que sempre foi dominado pelos homens. Fiquei mais de duas décadas perguntando onde as mulheres sertanejas estavam. Hoje, fico feliz em poder ver tantas meninas talentosas conquistando espaço. Gosto demais de todas elas. Cada uma, tem um pouquinho da essência da Roberta Miranda…

Nestes quase 35 anos de carreira quais foram os trabalhos que mais te marcaram?
Roberta Miranda –  Tenho um carinho enorme por cada um dos meus trabalhos, mas meu disco de estreia, em 1986, tem um significado muito especial na minha vida. Tinha que vender pelo menos 5.000 cópias para pagar todos os custos, então, fui para estrada divulgá-lo. Foram meses viajando, até que um dia voltei à gravadora e vi um caminhão descarregando e perguntei ao carregador quantos discos tinham ali. Ele me respondeu que eram 100.000 cópias e, para minha surpresa, aqueles discos eram meus! Surpreendentemente, fui a primeira cantora a vender mais de 1.750.000 discos aqui no Brasil.

Apesar de já estarmos em 2020, o Brasil é ainda um dos países com maiores índices de violência contra a mulher. Sua participação na campanha “Dê voz ao silêncio, grite contra a violência”, em defesa das mulheres vítimas de violência, teve um papel fundamental para ampliar essa pauta, como você vê esse cenário no país e como podemos reverter isso?
Roberta Miranda: Infelizmente, a violência contra a mulher ainda é realidade no nosso país, mas, não podemos nos calar! Não podemos aceitar nenhum tipo de violência ou abuso. A mulher tem que denunciar, tem que lutar e gritar contra a violência, por isso levantamos essa bandeira.

Para encerrar, podemos esperar algum evento especial em comemoração aos seus 35 anos de carreira? Já tem planos?
Roberta Miranda –  Neste ano, por conta da pandemia, não poderei comemorar da forma que gostaria e sempre faço, no palco recebendo o carinho do público. É claro que meu desejo seria fazer um grande show como de costume, decerto, farei um jantar bem gostoso para receber minha família e meus amigos, mas o momento não permite e temos que compreender. Além disso,  tenho batido muito nessa tecla da prevenção e do combate ao COVID, pois ele realmente mata! Não é brincadeira! Mas devemos comemorar virtualmente. Em breve, vamos anunciar nas redes sociais.

Juliana Meneses
Juliana Meneses
Jornalista, pesquisadora de comunicação, fotógrafa e escritora. Apaixonada por literatura, cinema, teatro, música e fotografia. Viciada em café e livros, nasceu para escrever e viver cercada de histórias.

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