Série mostra ainda a relação do Bicho com o poder constituído durante a Ditadura Militar.

Narrado por Marcelo Adnet,  a série “Lei da Selva — A História do Jogo do Bicho”, mostra como a loteria criada para financiar um jardim zoológico no Rio de Janeiro foi incorporada pela cultura popular, nas mãos de contraventores organizados nos moldes da máfia italiana, se transformando num imenso império do crime.

A narração de “Lei da Selva — A História do Jogo do Bicho” costura fatos históricos, depoimentos de jornalista, historiadores, urbanistas, sociólogos, policiais, carnavalescos e promotores de justiça. Entre os entrevistados, estão nomes como Tainá de Paula, Marcelo Freixo, Milton Cunha, Luiz Antônio Simas, Bruno Paes Manso, Octavio Guedes, Chico Otávio, Antônio Carlos Biscaia, Aydano André Motta e Juliana Dal Piva.

No primeiro episódio, a série mostra como o Jogo do Bicho surgiu, no final do século XIX, em Vila Isabel, e como rapidamente se espalhou pela cidade e caiu na ilegalidade. Além disso, fala também sobre a entrada de grandes contraventores como Castor de Andrade e Anísio Abraão David, e a ligação deles com a máfia italiana e com a corrupção policial.

A série  trata do início das disputas territoriais entre os bicheiros na década de 60, o que coincidiu com o aumento dos assassinatos no Rio de Janeiro, além de ser associado ao surgimento de grupos de extermínio como o Esquadrão da Morte. A série mostra ainda a relação do Bicho com o poder constituído durante a Ditadura Militar, que o transformou em uma verdadeira empresa criminal na década de 70.

“Entender o jogo do bicho é necessário para qualquer um que queira entender como chegamos até aqui neste emaranhado de violência com o qual convivemos no Rio. O bicho, que já foi inocente, há tempos está ligado a assassinatos, extorsão, lavagem de dinheiro e diretamente ligado ao crescimento da milícia. Pode-se dizer, inclusive, que bicho e milícia são, certamente, sócios”, conta o diretor Pedro Asbeg.

“Lei da Selva — A História do Jogo do Bicho” estreia dia 29 de abril, às 22h30, no Canal Brasil e nos serviços de streaming Canais Globo e Globoplay + Canais ao Vivo.

A Coprodução da Kromaki e do Canal Brasil,  tem roteiro de Arthur Muhlenberg e Tiago Peregrino, direção de fotografia de Pedro Von Krüger, produção executiva de Anna Júlia Werneck e Roberta Oliveira e produção de Rodrigo Letier.

A série mostra ainda o crescimento das milícias, durante a primeira década dos anos 2000, e seu projeto de poder que envolvia o poder político e o judiciário e ameaçava a democracia. Fala também que, neste cenário, surge o que ficou conhecido como Escritório do Crime, grupo de matadores, que tem Adriano da Nóbrega como um dos principais membros.

  A série mostra ainda a prisão dos ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz, ambos ligados ao Escritório do Crime, às milícias e ao Jogo do Bicho, pelo assassinado da vereadora Marielle Franco.