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A Suspeita, com Gloria Pires, aborda a corrupção na polícia do Rio de Janeiro

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A SuspeitaDe fato, o maior bem que um ser humano tem é sua memória. O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que causa deterioração cognitiva e da memória de curto prazo.  Em A Suspeita, Gloria Pires é Lúcia, uma comissária exemplar da Polícia Civil do Rio de Janeiro que, em meio a uma investigação sobre um grande traficante do país, encontra indícios de que alguns de seus colegas policiais podem estar envolvidos em um esquema de corrupção. No entanto, no meio disso, as dificuldades do mal de Alzheimer (que sofre há anos) começam a tornar seu trabalho muito mais desafiador.

Durante a investigação do que seria seu último caso, ela descobre um esquema do qual ela vira a principal suspeita. Entre os desdobramentos das investigações e os lapsos de memória, Lúcia agora terá que lutar por sua vida.

Em A Suspeita, a câmera de Pedro Peregrino nos leva pelos caminhos tortuosos da doença, sem explicita-la. Com imagens borradas, ângulos espelhados e câmeras lentas desfocadas,  o diretor usa de nuances para apresentar as debilidades da doença, sem nomeá-la. Só iremos, descobrir, de fato, seu nome quando Lucia vai ao médico para um novo checkup.

A Suspeita é o tipo de filme que se enquadra como drama, porém sem muitas surpresas.  O enredo segue à risca a história dessa mulher que abdicou da vida pessoal para dedicar-se ao trabalho.  Glória Pires imprime em cena grande espessura emocional à jornada previsível de sua personagem, mesmo que o roteiro não ajude.

Seguindo um molde já pronto, A Suspeita traz uma trama previsível que elegantemente, ganha o espectador pela sua estética. A atmosfera cinematográfica foge do thriller e adentra o drama, apresentando uma trama condicionada pela desorientação de Lúcia.

Querendo ou não, a série “Mare of Easttown”, protagonizada por Kate Winslet, acaba se tornando objeto de comparação. Porém, a dinâmica do enredo leva a outros lugares. Ainda que a estrutura narrativa se dobre aos artifícios comuns e característicos do gênero policial, o longa vai pelo caminho didático.

 Um dos pontos positivos do longa é certamente, a construção do papel da protagonista Lúcia, e como ele é encarnado por Gloria Pires.  A atriz molda detalhes e particularidades da personagem, ainda que traga vícios práticos e saídas fáceis para ter que lidar com seus coadjuvantes.

 O longa abriu a Mostra Competitiva do 49º Festival de Gramado.

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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