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“Quilombo” destaca cultura periférica como refúgio e resistência

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O espetáculo “Quilombo” coloca em cena a resistência de cada jovem preto periférico através da dança e da arte contemporânea. Dirigido pelo coreógrafo Vinícius Rodrigues, a performance resgata ancestralidade, mas também traz a cultura da periferia atual.

Durante o período colonial, os quilombos eram aldeias organizadas politicamente que refugiavam os escravos fugitivos, tornando-se um local de resistência e combate à escravidão. O tempo passou, mas como ressalta Vinícius “O quilombo não morreu, ele ainda existe em cada favela do Brasil”. E é neste quilombo sob o palco, que o elenco procura a força para lutar por igualdade e sobrevivência.

Bailarino e ator, Vinícius Rodrigues, o diretor do espetáculo, conheceu a dança quando tinha dez anos de idade, misturando passinho e danças urbanas. “Aos vinte e um anos eu comecei a dança afro e foi a partir daí que eu comecei a pesquisar sobre ancestralidade e a entender mais profundamente as minhas raízes. Fiquei muito encantado e fui em busca de outras referências afro, o que me tornou uma pessoa preta mais consciente no mundo em que vivemos”, ele conta, o que o impulsionou a tornar todas essas questões tão pertinentes em sua vida em arte.

Tendo como público alvo pessoas de bairros periféricos que não possuem acesso a dança contemporânea e também ao público geral, Vinícius diz, “Eles podem esperar tudo, a peça fala sobre ancestralidade, fala sobre temas atuais que vem acontecendo, além de tudo é uma peça que também educa, com o propósito de fazer o público pensar.”

O espetáculo surgiu a partir da necessidade de atender a demanda crescente de jovens dançarinos moradores da região da Penha, situada no subúrbio do Rio de Janeiro, por espaços em que conseguissem desenvolver a sua arte. O objetivo da cia é ativar a memória acionada através da dança, com uma pesquisa sobre gestos, gostos, sonoridades e principalmente vivências individuais e coletivas dos jovens negros e periféricos. A companhia realiza a fusão do funk, do passinho, da dança contemporânea e das danças afros, como o Afro House. As composições coreográficas têm como ponto de partida o cotidiano do jovem preto periférico e suas ancestralidades.

Com mais tempo no palco, o elenco inteiro, que conta com 9 bailarinos, terá a oportunidade de se destacar e dar o melhor de si. Esse espetáculo, além de ser sinônimo de resistência, também é um protesto contra a sociedade que insiste em discriminar e invisibilizar corpos pretos e periféricos. Sobre o palco, esses artistas se veem finalmente livres para se expressar. O palco se torna por fim um lugar de refúgio, assim como o quilombo.

SERVIÇO
“QUILOMBO”
Dias: 21, 22 e 23/10 às 19h
Oficina de Danças Urbanas/Afro Brasileiras: dia 22, sábado, às 16h
Local: Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro ( R. José Higino, 115 – Tijuca)
Duração: 50 min
Ingressos pela Sympla 

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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