Casamento em Família: Michael Jacobs faz referencias a Deus da Carnificina

Em Casamento em Família, Michelle e Allen chegaram a um ponto da relação onde estão considerando quais seriam os próximos passos. Porém, não é tão simples assim, afinal os exemplos parentais são muito deferentes. Enquanto Michelle acredita no famoso “felizes para sempre”, Allen questiona o casamento após o período da lua de mel. Eles, então, decidem convidar seus pais para finalmente se conhecerem e oferecerem alguma compreensão de porque o casamento funciona. Mas eles não sabem que os pais de outros carnavais, o que leva a algumas opiniões muito distintas sobre o valor do casamento.

Durante a projeção fica evidente as referencias ao longa Deus da Carnificina, dirigido por Roman Polaski, onde a temática em questão é também colocada à prova, mas por outros motivos. Em ambos os filmes, os personagens são colocados frente a frente com suas questões. A diversão do espectador, certamente, é a catástrofe alheia, que ele pode testemunhar como um voyeur, sem implicação.

Há também referencias na forma em que o filme é conduzido.  Assim como Polanski, Michael Jacobs conserva a estrutura narrativa colocando os personagens confinados não só fisicamente, mas também pelos enquadramentos. Além disso, os personagens se testam e se provocam, o tempo todo.  Em Casamento em Família, é ótimo ver os personagens se desenvolvendo aos poucos, deixando cair as máscaras sobre seus relacionamentos. Dá mesma forma que acontece em Deus da Carnificina. Aliás, ambos os longas são baseadas em peças teatrais.

Em um mundo adulto tão condicionado por regras sociais, é, surpreendentemente, uma delícia ver um cinema catarse misturando drama e comedia romântica, com um elenco afiadíssimo. Richard Gere, Diane Keaton, William H. Macy e Susan Sarandon colocam à prova a temática do casamento no estilo sessão da tarde, mas podendo se tornar um belo drama cômico. Afinal, com um elenco desses, pano para manga é o que não falta!