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“Candelária” faz nova temporada na Casa de Cultura Laura Alvim

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O ano de 2023 é marcado pelos 30 anos da chacina da Candelária, quando oito jovens foram assassinadas enquanto dormiam em frente à Igreja da Candelária, no Centro do Rio de Janeiro. A Trupe Investigativa Arroto Cênico, da cidade de Nova Iguaçu, realizou uma intensa pesquisa dramatúrgica sobre a chacina e fará nova temporada do espetáculo “Candelária”, na Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema.

Com dramaturgia de Karla Muniz Ribeiro e direção de Madson Vilela, o espetáculo remete ao crime de julho de 1993, mas também fala sobre o genocídio da população negra, se tornando um espetáculo manifesto que propõe uma discussão cênica a respeito da política de embranquecimento social que perdura até hoje no país.

O roteiro de “Candelária” faz três recortes cênicos com base em dados históricos: Em 1525, o Brasil recebeu o primeiro navio negreiro, com negros africanos desembarcando forçosamente em terras nacionais, famílias separadas, catequização, nomes trocados e trabalho não remunerado seguido de torturas. Em 1911, uma comitiva brasileira vai até Londres participar do Congresso Universal das Raças com o intuito de doar terras, dinheiro e passagem a europeus que quisessem morar no Brasil, com o único objetivo de embranquecer a população e com planejamento de, no ano de 2012, extinguir a população negra. E, em 1993, crianças negras são mortas na cidade do Rio de Janeiro. O que esses três momentos da história do Brasil têm em comum? Esse é o mote dramático deste projeto.

“O projeto de genocídio e extermínio da população negra brasileira ganha cada vez mais força. E, com “Candelária”, nós queremos contar/dizer/gritar que esse projeto, que começou lá atrás, com o primeiro ancestral negro sequestrado e trazido para cá, passou por vários períodos da nossa história, cada vez ganhando mais força, seguindo seu curso e nós precisamos pará-lo. E o teatro é a nossa arma de denúncia. Nenhuma forma de comunicação é tão direta como o teatro. Através dele é possível refletir sobre questões que, de outra forma, teríamos imensa dificuldade de explanar e exemplificar, ou até mesmo de atingir com a mesma precisão e impacto do significado pretendido”, afirma Karla Muniz Ribeiro, dramaturga e atriz do espetáculo.

No elenco, além de Karla Muniz Ribeiro, também estão Jonathan Silva, Simone Cerqueira e Madson Vilela, artistas negros e periféricos que fundamentam a proposta, uma vez que constantemente sofrem o apagamento de sua arte numa cena carioca formada, na maioria das vezes, por artistas brancos. A montagem segue os moldes do Teatro Contemporâneo, numa encenação fragmentada que utiliza recursos que potencializam o espetáculo.

  SERVIÇO:
Local: Casa de Cultura Laura Alvim Endereço: Avenida Vieira Souto, 176, Ipanema, Rio de Janeiro
Data: de 1 a 23 de agosto (terças-feiras e quartas-feiras) / Horário: 20h
Ingressos: na bilheteria

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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