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IRA! revive “Psicoacústica” em show energético sem esquecer dos hits

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Por Cesar Monteiro – “Psicoacústica” é um daqueles discos essenciais do Rock brasileiro dos anos 80 (também conhecido como “BRock”). O álbum do IRA!, lançado em 1988 pode estar perfeitamente lado a lado de “Cabeça Dinossauro” dos Titãs, “As Quatro Estações” do Legião Urbana e “Selvagem?” dos Paralamas do Sucesso. E é notório que não só os jornalistas musicais receberam o disco com entusiasmo como os próprios Nasi e Edgard Scandurra o têm como preferido.

Assim como o The Clash empreendeu um trabalho mais ambicioso com “Sandinista!” (algo que já se anunciava no anterior “London Calling”), o IRA! quis mostrar que sua maturidade artística. Esse trabalho tão laureado da banda paulista ganhou uma turnê comemorativa de 35 que terminou na última sexta-feira, no Circo Voador.
O show – que teve abertura da banda Vespas Mandarinas, comemorando os dez discos de seu disco de estreia – começou com a primeira faixa do álbum, “Rubro Zorro”, com o telão ao fundo exibindo as imagens do filme O Bandido da Luz Vermelha. As oito músicas do disco clássico foram executadas na ordem e com fidelidade. Aliás, Nasi lembrou que o álbum fora gravado no RJ, no estúdio Nas Nuvens, no Jardim Botânico, o que dava um significado especial à apresentação na casa de shows localizada no coração da cidade.

IRA!
Foto: Cesar Monteiro

A música “Pegue Essa Arma”, Nasi reclassificou como uma crítica às milícias. Mesmo Distante, uma faixa difícil de se executar ao vivo de maneira satisfatória, apareceu ao vivo com o mesmo brilho da gravação (inclusive o trecho em que Scandurra troca a guitarra elétrica pelo violão, conseguido com a ajuda do roadie). O épico que encerra o álbum arrancou aplausos efusivos, sobretudo dos fãs mais aguerridos.

O primeiro segmento do show, com o clássico de 1988 tocado na íntegra, arrancou largos sorrisos dos seguidores fiéis do IRA!, contudo, os fãs mais casuais já demonstravam sentir falta dos clássicos. Cientes da demanda, Nasi e Scandurra enfileiraram hits como “Flores em Você”, “Tarde Vazia”, “Dias de Luta” (essa sempre acompanhada daquelas frases impublicável entoadas pela plateia durante o solo de guitarra) e “Núcleo Base”. Aliás, essa última costuma sempre fechar as apresentações da banda, mas ainda cabia espaço para um Bis. Daí vieram os covers de “Foxy Lady” (Jimi Hendrix) e “Black Sabbath” (Black Sabbath), abrindo passagem para O Bom e Velho Rock N’ Roll, que, por fim, encerrou a festa.

Mesmo sem terem uma relação exatamente amigável, Nasi e Scandurra continuam funcionando como uma das duplas mais azeitadas do rock brasileiro. Inclusive o guitarrista, além de esbanjar virtuose, assume os vocais em notas que o parceiro já tem dificuldade de atingir (sim, o vocalista pagou o preço dos excessos do passado justamente com seu principal instrumento). Quem também chama muita atenção é Johnny Boy Chaves, que assumiu o baixo em 2019 e possui um invejável currículo que inclui Made In Brazil, Raul Seixas e Camisa de Vênus. Nasi, encaminhando-se para o fim da apresentação declarou que aquele foi o melhor show da turnê. Pode ter sido diplomacia, mas não é difícil acreditar, dado o vigor das execuções e a comunhão com a plateia.

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