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O DISCURSO DO REI

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REI
 
O Duque de York futuro Rei da Inglaterra é brilhantemente interpretado por Colin Firth (favorito na categoria de melhor ator), acompanhado de belíssimas atuações de Helena Bonham Carter e Geoffrey Rush.
 
Desde os 4 anos, George é gago. Este é um sério problema para um integrante da realiza britânica, que freqüentemente precisa fazer discursos. George procurou diversos médicos, mas nenhum deles trouxe resultados eficazes. O filme se desenrola quando sua esposa, Elizabeth o leva até Lionel Logue, um terapeuta de fala e método pouco convencional. Seus exercícios e métodos fazem com que George adquira autoconfiança para cumprir o maior de seus desafios: assumir a coroa, após a abdicação de seu irmão David por conflitos pessoais.
 
Até ai, a proposta do filme é ótima, mas ao analisarmos o livro homônimo “O Discurso do Rei: como um homem salvou a monarquia britânica”, escrito por Mark Logue, neto do terapeuta de voz Lionel Logue e pelo jornalista Peter Conradi vemos que algumas informações não coincidem. No filme, para sustentar o suspense ao longo da narrativa, que vai de 1926 a 1939, a cura é adiada de uma década para coincidir com a coroação do duque como Rei Jorge VI.
 
O desejo do produtor Iain Canning e do diretor Tom Hooper é que o filme fosse “historicamente o mais preciso possível”, o resultado contradiz esse propósito. Na verdade, depois de 82 consultas, entre outubro de 1926 e dezembro de 1927, o duque de York era capaz de discursar sem as hesitações que tanto o embaraçavam. Nos sete primeiros meses, o tratamento teve um grande efeito, a ponto do duque ter escrito a Logue, em janeiro de 1927, durante viagem à Austrália, dizendo não ter “nunca sido obrigado a parar por causa de alguma palavra”.
 
Mais importante que essa usual liberdade do cinema de entretenimento com os fatos, o filme faz uma pequena referência à política de Jorge VI em um dos períodos mais dramáticos da história mundial: a 2° Guerra.
 
Período negro da história, onde foram estimadas em que 50 milhões de mortes, na maioria civis, dentre os quais 20 milhões de soviéticos e 6 milhões de judeus.
A propaganda é a arma fundamental dos vitoriosos, enaltecendo batalhas cheias de glória e consagrando seus heróis. Mas será possível falar em heróis e glórias numa guerra que matou 50 milhões de pessoas? As forças nazistas deixaram atrás de si populações massacradas em cidades e países destruídos, sem falar de seus campos de concentração, onde morreram milhões de judeus, eslavos, ciganos, comunistas, deficientes físicos e homossexuais.
Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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