Habemus Papam

O fim de um papado traz, além da tristeza, a urgência de um novo começo para a Igreja Católica. O conclave, composto por cardeais de todo o mundo, se reúne e sigilosamente decide quem deve ocupar o posto de maior autoridade da Instituição. A responsabilidade é aterrorizante para muitos, mas a fé carrega a crença de que Deus sempre sabe o que faz.

Cabe ao ator Michel Piccoli interpretar Melville, o hesitante escolhido (alias, em ótima atuação!). A incapacidade em assumir tão nobre missão confunde clérigos e fiéis, gera especulações e o caso passa a ser investigado por um agitado professor psicanalista, que também entra em reclusão forçada, até que o novo papa seja oficialmente apresentado.

Nesse pano de fundo, que mistura avaliações freudianas, sonhos e incertezas em torno das vocações, “Habemus Papa” retrata com grande humor as ironias da vida, como a fuga e a busca dentro de si mesmo, as pressões travestidas de escolhas e suas confusões. Tudo isso numa cenografia fascinante.

Nani Moretti é o ator que dá vida ao psicanalista e também o diretor do filme, que facilmente lembra uma versão italiana do Woody Allen. Vale a pena conferir!

Um filme divertidíssimo com uma trama comovente (até) para quem não é chegado a religião.

Por: Camila Reis