Não Devore Meu Coração: uma fabula sobre a descoberta do amor em meio ao genocídio indígena

Um dos mais sangrentos conflitos na história das Américas, a Guerra do Paraguai tinha por base a disputa pela Bacia do Prata que aconteceu entre 1864 e 1870. Não Devore meu coração ao que se propõe traz a recordação dos resultados da histórica guerra entre Brasil e Paraguai, que dizimou o povo guarani. O rio Apa é o divisor de águas dessa história com um quê de Romeu e Julieta no romance pré-adolescente vivido por Eduardo Macedo e Adeli Benitez.

Em sua primeira incursão individual na direção Felipe Bragança vai a fronteira entre Brasil e Paraguai, no Mato Grosso do Sul, para narrar uma história de amor e violência.

Com uma estética emoldurada por belíssimas paisagens naturais e misteriosas, Bragança se propõe a conduzir uma narrativa em meio a uma atmosfera de fábula e imaginação. “Não Devore meu coração” aborda o genocídio indígena com o antídoto à intolerância: o amor.

Filme utiliza do imaginário para construção de uma identidade nacional, cheio de referências mitológicas e cinematográficas também (Fernando, que apelida o irmão de Wayne, é chamado por ele de Clark, alusões diretas às identidades de Batman e Superman).

Uma fabula sobre a descoberta do amor, Não Devore Meu Coração é uma obra lírica e apaixonante em meio ao genocídio indígena.